Jornal Correio Braziliense

Politica

Legislativo está preocupado em resolver questão fiscal, diz Renan

Pouco antes de receber governadores em seu gabinete, Renan afirmou ser importante recolher os pontos de vista dos governadores em relação à nova CPMF

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira (16/9) que, apesar de os parlamentares sempre terem resistido à elevação de carga tributária, o Legislativo está preocupado em resolver a questão fiscal e, portanto, aberto ao debate das questões que vêm sendo discutidas nesse sentido. "Não há como sonegar o debate", disse. Hoje um grupo de governadores defendeu para lideranças do Congresso a proposta de retorno da CPMF com alíquota de 0,38%, o que permitiria que Estados e municípios ficassem com uma parte de arrecadação.

Renan salientou, no entanto, que não pode haver dúvida sobre o corte efetuado pelo governo federal, destacando que, muitas vezes, é melhor aprofundar a redução de despesas do que propor o aumento de impostos. "Não pode haver dúvida sobre a profundidade do corte. Se houver, você deslegitima qualquer alternativa para elevação de receita. Este é o desafio do Congresso, discutir sobre essas coisas", afirmou.

Leia mais notícias em Política

Segundo ele, a pergunta que deve ser feita neste momento é se o corte que está sendo feito pelo governo não poderia ser maior. "Na medida em que ele seja maior e que possibilite uma reestruturação (da máquina pública), você esvazia a necessidade de elevar a receita", disse. "Mas o Congresso vai ter que discutir isso levando em consideração essas informações, os (diferentes) pontos de vista, ouvindo a sociedade."

Nesta quarta-feira, o presidente do Senado recebeu o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e governadores que vieram ao Congresso defender a CPMF de 0,38%. "O fundamental é que o Legislativo, quando decidir, reflita o pensamento da sociedade", falou, dizendo que vem ouvindo "muito" os governadores e lembrando que, antes de a Casa fazer qualquer apreciação, o texto que propõe o retorno da CPMF precisa ser aprovado na Câmara. Por isso, segundo ele, é difícil fazer previsões.

Pouco antes de receber governadores em seu gabinete, Renan afirmou ser importante recolher os pontos de vista dos governadores em relação à nova CPMF. "Há preocupação de todos com relação à questão fiscal."

Questionado sobre uma das questões que começam a ser levantadas de criação de uma faixa de isenção da cobrança da CPMF, Renan disse que não é prudente predizer o que vai ocorrer em relação ao aumento da carga tributária no Senado. Ele ressaltou que essas matérias começam a tramitar primeiro pela Câmara. "Não é prudente antecipar passos", disse.

Cortes


Renan afirmou que já sugeriu que o governo reduza o número de ministérios para 20 - hoje o governo defende que se corte o número de pastas de 39 para 29. Além disso, o presidente do Senado propõe a extinção de 10 mil cargos em comissão. "Isso pode ser temporário. Quando o Brasil recuperar a espaço fiscal que tinha, ele pode voltar a esta circunstância, mas agora não. Agora é preciso cortar, aprofundar o corte. Nós temos defendido isso", avaliou. "O Senado já fez a sua parte com relação aos seus cortes, foi a instituição pública que mais evoluiu no rumo da transparência, deu as respostas que a sociedade cobrava, então o Senado pode cobrar."