A fala do vice-presidente Michel Temer sobre a popularidade da presidente Dilma Rousseff foi vista por lideranças da oposição como uma sinalização de que o afastamento do peemedebista do Palácio do Planalto é um caminho sem volta. "Essa fala é um sintoma de que a relação não está tão tranquila como deveria ser. Acho que revela um certo nervosismo, uma certa impaciência do vice em relação à situação do País", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
Reservadamente, um outro senador tucano avalia que, mais do que as declarações do vice, o fato de o peemedebista ter aceitado participar de um encontro com um grupo anti-Dilma "amplia o afastamento" e marca uma "ruptura" no relacionamento entre os dois.
Na noite de quinta-feira, 3, Temer disse a um grupo de empresários que, se Dilma mantivesse os atuais índices de aprovação, seria "difícil" continuar mais três anos no governo. O encontro foi organizado por Rosângela Lyra, que lidera o grupo batizado de ;Acorda, Brasil;, que é a favor do impeachment da presidente.
A empresária já teria manifestado a políticos próximos que é a favor da "solução Temer", ou seja, que o seu grupo apoiaria o vice caso ele viesse assumir à Presidência no lugar de Dilma.