Quatro meses depois das últimas passeatas contra o governo, os defensores da saída do PT e da presidente Dilma Rousseff do Planalto prometem lotar hoje as capitais do país para reclamar da corrupção na Petrobras, do ajuste econômico e cobrar o impeachment da petista. Analistas e políticos admitem que o tamanho das manifestações, marcadas para ao menos 257 cidades ; inclusive no exterior ;, tornou-se uma incógnita, após o suspiro dado pelo governo nos acordos firmados com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o adiamento dos julgamentos das contas eleitorais da chapa Dilma-Michel Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e das pedaladas fiscais pelo Tribunal de Contas da União (TCU). ;Mas também pode ser uma onda avassaladora a incluir Renan e os integrantes dos tribunais ao lado da presidente;, previu o deputado Danilo Forte (PMDB-CE).
Em março, mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas contra Dilma. Em abril, apesar da unanimidade contra o impeachment ; algo que não ocorrera no mês anterior ;, cerca de 700 mil pessoas protestaram. ;Houve um erro estratégico de marcar um grande evento menos de um mês depois do anterior;, explicou o coordenador do MBA de Relações Institucionais do Ibmec/DF, Márcio Coimbra.
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Mas, e agora? Tempo para preparação, houve; a economia continua engessada; a inflação disparou; o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu foi preso novamente, desta vez acusado de receber propina no escândalo da Lava-Jato. ;Mas o governo se movimentou muito nesta última semana, o que pode reverter o quadro de desgaste;, apontou Coimbra. Ele lembra que dois agentes foram fundamentais neste processo recente: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). ;Lula veio a Brasília duas vezes ao longo da semana. Discursou na abertura da Marcha das Margaridas, acertou os ponteiros com o PMDB e ainda abraçou a causa da Educação. Já Renan elaborou uma agenda política e articulou favoravelmente ao Planalto junto ao TCU;, disse o coordenador do Ibmec/DF.
O presidente nacional do PPS e deputado federal Roberto Freire (SP) concorda que o Planalto se movimentou com desenvoltura nos últimos dias. Mas acha que isso é insuficiente para reverter o desânimo com o governo. ;Até porque, cá entre nós, o grande artífice desse respiro ; Renan Calheiros ; também não é alguém muito bem quisto nas ruas;, declarou Freire, lembrando que, ao assumir o mandato de presidente do Senado, em 2013, Renan também foi alvo de manifestantes, que chegaram a acampar em frente à residência oficial do peemedebista pedindo sua renúncia do cargo.
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