A Câmara dos Deputados concluiu, há pouco, ao apreciar um destaque que pretendia alterar o texto da proposta de emenda à Constituição (PEC) 443/09, que vincula os subsídios de advogados da União, procuradores e de outras carreiras como delegados da Polícia Federal e da Civil à remuneração de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Com a apreciação do dispositivo que pretendia incluir as carreiras do fisco como beneficiárias da medida, os deputados concluíram a votação da PEC em primeiro turno.
O destaque, que havia sido apresentado pelo PPS, propunha que os auditores da Receita e fiscais do Trabalho fossem incluídos na PEC. No entanto, não houve número suficiente de votos para aprovar o dispositivo. Foram 269 votos a favor, 185 contra e 18 abstenções. Eram necessários, no mínimo, 308 votos a favor para a aprovação do destaque. Após a divulgação do resultado, houve uma manifestação em plenário de apoio por parte dos advogados da União e protestos dos auditores que gritavam: ;A Receita vai parar;, em represália ao resultado da votação.
Durante todo o dia, centenas de auditores da Receita e do Trabalho permaneceram nas dependências da Câmara pedindo apoio dos deputados para a aprovação do destaque, que os incluiriaentre os beneficiários da medida. A PEC, que teve seu texto principal aprovado na semana passada, vincula o subsídio do advogado-geral da União e de outras carreiras em 90,25% do subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal STF). Ao concluir a votação do destaque, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou o envio da PEC à comissão especial para a redação final do primeiro turno.
O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), comemorou o resultado da votação e afirmou que a base governista está se organizando. ;Foi um resultado positivo e atende as expectativas do governo. Penso que a Câmara está refazendo aquilo que foi feito na semana passada;.
Antes da votação, Eduardo Cunha disse considerar normal as reivindicações dos servidores por melhores salários e afirmou que é preciso ter responsabilidade na hora das decisões. ;Todos podem vir e pedir o que quiserem. Temos que ver é o produto final que vai ficar e não vamos permitir um produto final que seja irresponsável;.
O presidente da Câmara disse ainda que não colocará a proposta para votar em segundo turno, enquanto não votar a PEC 172, do pacto federativo.