A demora na distribuição de cargos e emendas para partidos da base aliada é fator determinante para a instabilidade que o governo vive no Congresso, avalia o líder do PR na Câmara, Maurício Quintella Lessa (AL).
Em entrevista à imprensa, o deputado, que comanda um dos partidos que compõem a base, disse que a instabilidade acaba vindo quando "há demora no cumprimento de compromissos com partidos da base aliada que participaram do governo e que pretendem governar junto".
Lessa foi então questionado sobre quais seriam esses compromissos. "Há reivindicações de muitos parlamentares em relação a emendas a restos a pagar que não foram efetuados. (...) Há demora na composição dos ministérios, nos espaços que os partidos ocupam dentro da administração federal, essa composição política. Isso atrapalha", respondeu.
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Atualmente, o PR ocupa o ministério dos Transportes, com Antônio Carlos Rodrigues. O líder ressaltou que o primeiro escalão do governo já está composto, mas disse que há demora para as definições do segundo escalão. "Muita gente tinha expectativa que questões partidárias, questões de espaço, seriam resolvidas no recesso, mas não foram", disse.
Com o retorno dos trabalhos na Câmara nesta semana, o governo tem enfrentado desobediência dos partidos aliados e vem sofrendo derrotas em plenário. Ontem, a Casa aprovou em primeiro turno, contra a vontade do Palácio do Planalto, o texto principal da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que eleva salários na Advocacia-Geral da União (AGU) e outras carreiras, gerando um impacto adicional à União de R$ 2,45 bilhões ao ano.
Apesar da reivindicação por espaço no governo, Lessa ponderou que o PR defende que se diminua a máquina pública. "Você tira o que é desnecessário, o que é excesso", disse. "O PT é o partido majoritário do governo, que ocupa grande parte desse espaço, muitas vezes (espaços) desnecessários".