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Politica

Petroleiros recebem deputados e senadores com protesto no Aeroporto JK

O protesto é contra o Projeto de Lei do Senado (PLS) 131/15, que retira da Petrobras a condição de operadora única do pré-sal

Os deputados e senadores tiveram uma recepção diferente na manhã desta terça-feira ao chegar a Brasília pelo Aeroporto Juscelino Kubitscheck, onde um grupo de petroleiros aguardava com faixas e muito barulho no setor do desembarque. O protesto é contra o Projeto de Lei do Senado (PLS) 131/15, que retira da Petrobras a condição de operadora única do pré-sal. ;O petróleo tem que ser nosso, está nas mãos do povo brasileiro; e ;ô senador, entrega não, é o pré-sal da saúde e educação;, gritavam os representantes da Federação Única dos Petroleiros.



Segundo um dos diretores da FUP, Abílio Tozini, o grupo trouxe a reunião do seu conselho deliberativo a Brasília para fazer uma mobilização com os parlamentares. Nesta tarde eles prometem passar de gabinete em gabinete no Senado Federal para tentar sensibilizar os senadores contra o projeto de autoria do tucano José Serra. ;Querem tirar a Petrobras como exploradora do pré-sal e abrir para empresas estrangeiras. Aqui temos fiscalização do Tribunal de Contas, do Ministério Público e da Justiça. Se tivermos uma multinacional operando no meio do oceano atlântico vão colocar um fiscal lá? Queremos o controle da empresa brasileira;, afirmou Tozini.

Além das palavras de ordem, os manifestantes traziam faixas chamando os senadores José Serra, Aécio Neves (PSDB) e Ricardo Ferraço (PMDB) de ;entreguistas do pré-sal;. De acordo com o integrante da FUP no conselho de administração da Petrobras, Deyvid Bacelar, se aprovado, o projeto reduz os valores do pré-sal a serem repassados para saúde e educação. ;Com a exploração da Petrobras, o custo da extração é de US$ 9 e feito por multinacionais o barril vai custar US$ 15 ou US$ 16;, disse.

Outro motivo de descontentamento, segundo Bacelar, é o novo plano de investimentos da estatal. Nas contas da FUP, ele vai reduzir em US$ 76 bilhões os investimentos no país. ;Tem ainda o plano de venda de ativos, são US$ 57,7 bilhões a serem vendidos de 2015 a 2018. Será um retrocesso;, afirmou.