Investigado por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preferiu não comentar a prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Cunha, que passou o dia no Rio de Janeiro, chegou à Câmara no início da noite desta segunda-feira (3/8).
"Essa coisa eu prefiro não comentar. Acho que a vida segue, as instituições funcionam. Deixa ver o que acontece. Prefiro não falar. Não tem sentido", afirmou Cunha, que tem procurado não comentar assuntos relacionados à Lava-Jato.
Ele também não quis comentar a resposta dada pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato, a respeito da reclamação que fez no Supremo Tribunal Federal por entender que teve seu foro privilegiado desrespeitado. Moro disse que a reclamação é "manifesto erro".
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Em ofício ao presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, o juiz da Lava-Jato esclareceu que o nome do deputado foi mencionado nos autos de uma das ações penais sob sua guarda, desmembrada com autorização da própria Corte máxima. "O foro por prerrogativa de função não outorga ao titular o direito de não ter sequer o seu nome pronunciado por quem quer que seja, máxime por testemunhas ou acusados colaboradores em investigações ou processos previamente desmembrados pelo Supremo Tribunal Federal".
"Não tenho capacidade técnica nem autorização do meu advogado para comentar", afirmou o presidente da Câmara. Em depoimento no Paraná, o lobista Julio Camargo acusou Cunha de cobrar propina de US$ 5 milhões no esquema de corrupção da Petrobras. Cunha nega.