A Polícia Federal estuda transferir o ex-ministro José Dirceu da Superintendência da Polícia Federal para a Penitenciária da Papuda caso o ministro precise dormir esta noite em Brasília. Policiais federais e a defesa de Dirceu já trabalham com a possibilidade de, mesmo se houver autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) de transferência para Curitiba, que o ex-ministro durma em Brasília.
Isso poderá ocorrer por dificuldades logísticas da PF em realizar o deslocamento a Curitiba, no Paraná, devido ao horário. A transferência de Dirceu aguarda ainda autorização do ministro Luis Roberto Barroso, do STF, responsável pelo mensalão no Supremo. Como o ex-ministro cumpre pena em regime aberto em Brasília por condenação no caso do mensalão, qualquer deslocamento precisa de aval do STF.
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Mesmo se houver ainda hoje uma autorização do Supremo para que o ex-ministro seja levado a Curitiba, a PF estuda a viabilidade de transporte. A aeronave que aguardava o ex-ministro já saiu da capital federal com destino a São Paulo para buscar outros presos na Lava-Jato. Com isso, seria necessário que o avião retornasse ainda hoje a Brasília para o transporte de Dirceu, o que é considerada uma possibilidade remota. Em casos como esse, que envolvem presos que poderiam causar qualquer "tumulto", a PF evita fazer deslocamentos em voos comerciais.
A transferência para a Papuda se daria porque a penitenciária possui uma ala federal em suas dependências. Além disso, a carceragem da Superintendência da PF em Brasília é considerada apenas "de passagem" e não teria as condições necessárias de abrir um preso por uma noite.
O advogado de Dirceu, Roberto Podval, chegou à Superintendência da PF pouco das 17h e não quis comentar a prisão do ex-ministro. Mais cedo, a defesa encaminhou ao Supremo um pedido para que Dirceu permaneça em Brasília.
Barroso, que é relator do mensalão no STF, disse que decidiria ainda hoje sobre o pedido de transferência de Dirceu, encaminhado pelo juiz Sérgio Moro, que decretou a prisão temporária do ex-ministro e responsável pela condução da Operação Lava-Jato na 1; instância.