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Procurador da Lava Jato diz não existir possibilidade de Lula ser preso

Questionado sobre os desdobramentos da operação para além da Petrobras, Lima disse que a Lava Jato colocou um "torniquete na sangria de corrupção" na estatal

O procurador Carlos Fernando Lima, da força-tarefa da Operação Lava Jato, disse a jornalistas, nesta segunda-feira (3/8), não haver, por ora, "possibilidade real" de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ser preso em meio às investigações do esquema de corrupção instalado na Petrobras. Ele voltou a ressalvar no entanto, que a operação não se exime de analisar todas as pessoas que possam efetivamente ter participado dos fatos. Temos uma ideia boa e clara de onde podemos chegar, mas isso é fato sigiloso", afirmou o procurador.

[SAIBAMAIS]Questionado sobre os desdobramentos da operação para além da Petrobras, Lima disse que a Lava Jato colocou um "torniquete na sangria de corrupção" na estatal, mas que vai ser necessário muito mais que isso. Ele citou a importância de se mudar leis processuais penais, por exemplo, para agilizar a atividade da Justiça no País.

Lima explicou que não há no momento investigação específica na Polícia Federal sobre possíveis desvios no BNDES - que, além da Petrobras, também é alvo de CPI no Congresso Nacional. "Não temos investigação específica no BNDES."

Sistematização

Os integrantes da força-tarefa reiteraram nesta manhã que, apesar de se saber da corrupção histórica no setor público brasileiro, há evidência de "sistematização" dos desvios da Petrobras a partir do governo Lula, em 2003. "Nossos operadores apontam até aqui que houve sistematização da corrupção, como forma de compra de apoio parlamentar mais organizado, por incrível que pareça", disse o procurador Carlos Fernando Lima em referência ao período a partir de 2003.

A Lava Jato também diz ter evidências da ligação de continuidade entre o mensalão e o esquema de desvios bilionário na Petrobras. Questionado, o delegado Márcio Adriano Anselmo disse que a investigação não tem, até o momento, evidência de que os desvios que prosseguiram após o julgamento do mensalão, possam ter sido usados na vaquinha feita pelo PT para ajudar condenados a pagar multas referentes ao caso. Na época, o partido juntou mais de R$ 2,5 milhões através do mecanismo.