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CPI da Petrobras vira rinha de disputas políticas e intimidações

Deputados responsáveis por investigar escândalo da Petrobras estão a reboque da polícia, do Ministério Público e do Judiciário

postado em 02/08/2015 08:03

Cenas de uma CPI com  baixa produtividade: idas de ministros, como o da Justiça, José Eduardo Cardozo, no mês passado, e ratos no plenário da comissão, durante sessão em abril

Após cinco meses de funcionamento, a CPI da Petrobras não conseguiu avançar em relação à investigação da Operação Lava-Jato. O colegiado, que se transformou numa rinha política para disputas inflamadas de interesses partidários e ganhou a pecha de ;intimidador; após declarações da advogada Beatriz Catta Preta, caminha a reboque do Poder Judiciário. Enquanto a Justiça Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal, desde março do ano passado, segue em ritmo frenético, com 31 pessoas condenadas, 138 denunciadas, 94 prisões, R$ 870 milhões recuperados e R$ 2,4 bilhões bloqueados em contas bancárias, os parlamentares não conseguem revelar nenhuma novidade ao Brasil.

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[SAIBAMAIS]O que se viu foram acareações canceladas, depoentes em silêncio, repetição de informações já conhecidas pela Justiça, ausência de análise de quebra de sigilos importantes, blindagem aos grandes empreiteiros e protelação de depoimentos de peças chaves na engrenagem da corrupção. Esse foi o compasso da CPI, que retoma os trabalhos nesta semana, após o recesso parlamentar.

O caso do executivo da Toyo Setal Julio Camargo, que denunciou em delação premiada o pagamento de R$ 5 milhões ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, é emblemático. Em acordos costurados pelo PMDB, evitou-se a sua convocação até onde deu. Só na última reunião administrativa antes do recesso, o requerimento do deputado Ivan Valente (PSol-SP) acabou sendo aprovado.

O mesmo ocorreu com o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras. No auge das denúncias, por pressão de integrantes do partido, o nome de Baiano não era incluído no bloco de requerimentos a ser apreciado. Ele só foi ouvido meses depois, em Curitiba, quando parte da comissão se deslocou até lá. A sigla nega as acusações.

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