Os governadores estão dispostos a conversar com a presidente Dilma Rousseff porque estão preocupados com o reflexo da crise econômica nas contas públicas. Eles, no entanto, reivindicam o protagonismo no debate com o governo federal.
O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD), é um dos que está disposto a dialogar e a defender o "pacto de governabilidade", proposto pelo Palácio do Planalto. Anteontem, ele se reuniu com o ministro da Justiça Eduardo Cardozo, em Florianópolis, e ambos falaram que a hora de "unir forças". "Neste momento, é claro que precisamos unir forças. Estamos nos afastando dos divergentes e nos aproximando dos convergentes. Pessoas que acreditam que para o Brasil crescer é preciso caminhar juntos", afirmou o ministro da Justiça.
Oposição
Durante o 11; Fórum da Amazônia Legal, realizado semana passada, em Manaus, essa demanda marcou o discurso da maioria dos gestores presentes, especialmente os da oposição. O mais veemente foi Simão Jatene (PSDB), do Pará. "Não dá mais para os 27 governadores serem simples espectadores de um cenário dramático que está nos levando a um final nada feliz", disse ele ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Outros tucanos, como o governador paulista, Geraldo Alckmin, seguem na mesma linha: se mostram dispostos a dialogar, mas também reivindicam mais espaço no diálogo com o governo. Já os governadores de partidos aliados da presidente defendem que haja um contraponto à disputa que ocorre no Congresso Nacional, onde o clima é de disputa política.
Segundo o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), o debate no Congresso está "contaminado". "A temperatura só vai diminuir quando tivermos um acordo das principais lideranças do País e isso passa pelos governadores", diz ele.