Gleison Vieira da Silva, de 17 anos, um dos quatro adolescentes que participaram do estupro coletivo de quatro garotas no município de Castelo do Piauí (PI), em maio, foi assassinado dentro do alojamento do Centro Educacional Masculino (CEM), no bairro Itaperu. De acordo com o diretor da unidade socioeducativa, Anderlly Lopes, os outros três jovens envolvidos no crime foram os autores do homicídio. O rapaz chegou a ser socorrido por uma equipe de enfermeiros ainda no local, mas não resistiu aos ferimentos.
Os adolescentes estavam no Centro de Internação Provisória (Ceip), onde Gleison permanecia sozinho, isolados dos outros três infratores. Entretanto, foram transferidos para o CEM na última quarta-feira, após sentença do juiz Leonardo Brasileiro. De acordo com Lopes, não havia lugar no centro para todos eles. ;O centro está superlotado, foi preciso colocá-los na mesma cela da ala D, que abriga internos que cometeram atos infracionais graves, como estupro, homicídio e latrocínio;, explicou o diretor.
Os quatro menores foram condenados na semana passada a cumprir 24 anos de internação pelos crimes de estupro coletivo, tentativa de homicídio e pelo assassinato da estudante Danielly Rodrigues Feitosa, de 17 anos. A jovem ficou 10 dias internada em uma UTI e passou por uma cirurgia de reconstrução da face após ter sido apedrejada e jogada de um penhasco com cerca de 10m de altura com as colegas.
Na decisão, o magistrado que analisou o caso entendeu que, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o tempo de internação deveria ser de 24 anos ; oito vezes maior do que a pena máxima prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Contudo, nenhum dos três cumprirá a sentença de forma integral. O ECA determina que, ao completar 21 anos, o infrator deverá ser liberado automaticamente.
Vingança
De acordo com o juiz da 2; Vara da Infância e da Juventude de Teresina, Antônio Lopes, após ouvir os relatos dos jovens, a polícia trabalha com a hipótese de que Gleison estava dormindo quando as agressões começaram. ;Eles o mataram quase da mesma forma de violência que aplicaram contra as quatro meninas, que foram violentadas e espancadas. O rosto dele ficou desfigurado após tantos socos e chutes. O crânio sofreu afundamento, após baterem a cabeça dele no chão;, apontou.
A polícia acredita que o jovem tenha sido assassinado por vingança, isso porque Gleison ajudou nas investigações e delatou os colegas que participaram dos estupros. Ele chegou a fazer um vídeo com os policiais no local do crime, reconstituindo o caso.
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