Jornal Correio Braziliense

Politica

CPI do HSBC recua em quebra de sigilos de empresários

As decisões foram apoiadas pela maioria dos integrantes da CPI, a começar pelo presidente da comissão, senador Paulo Rocha (PT-PA) e pelo relator, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES

A CPI do HSBC voltou atrás na decisão de quebrar os sigilos fiscais e bancários de clientes investigados por denúncias de operações irregulares no banco da Suíça. Ao todo, seis pessoas foram beneficiadas com a "desquebra" de sigilos.

O acesso aos dados havia sido decidido na sessão de CPI do dia 30 de junho. Ao todo, 17 pedidos haviam sido apreciados. A reunião do colegiado desta quinta-feira (16/7), foi marcada extraordinariamente após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter autorizado a comissão a quebrar os sigilos dos correntistas suspeitos.

Um dos beneficiados foi o empresário Jacob Barata, além de três integrantes de sua família. Barata é conhecido como o "Rei dos Ônibus" do Rio. Segundo informações obtidas por meio do vazamento de dados bancários da instituição financeira e divulgadas pelo blog do jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, Jacob mantinha US$ 17,6 milhões em uma conta conjunta com sua mulher Glória e seus filhos.

Leia mais notícias em Política

O empresário Jacks Rabinovich, que era sócio do grupo Vicunha, também foi beneficiado pela decisão da CPI. Ele é um dos brasileiros com mais de US$ 50 bilhões em contas no HSBC. A última "desquebra" foi a de Paula Queiroz Frota, da família cearense de Edson Queiroz, que também mantinha contas no banco.

As decisões foram apoiadas pela maioria dos integrantes da CPI, a começar pelo presidente da comissão, senador Paulo Rocha (PT-PA) e pelo relator, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que é vice-presidente do colegiado, se posicionou contra a medida.

Em outra ofensiva para esvaziar os trabalhados da CPI, o senador Blairo Maggi (PR-MT) questionou a necessidade da comissão no momento em que o plenário do Senado discute um projeto de Randolfe que trata da regularização de recursos de brasileiros que mantêm no exterior dinheiro ou patrimônio não declarados à Receita Federal. "Não acho que é correto a gente fazer as duas coisas ao mesmo tempo: oferecer uma banana, melhor dizendo, uma bala em uma mão e o chicote na outra", afirmou Maggi.

O colegiado também não aprovou um requerimento para que a CPI fosse à França ouvir Hervé Falciani, responsável pelo vazamento dos dados do caso que ficou conhecido como SwissLeaks. A comissão deve fazer apenas uma teleconferência com Falciani.