O ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) classificou como "invasiva e arbitrária" a operação da Polícia Federal, que cumpriu um mandato de busca e apreensão nesta terça-feira, 14, em seu apartamento em Brasília.
"A defesa do senador Fernando Collor repudia com veemência a aparatosa operação policial realizada nesta data em sua residência. A medida invasiva e arbitrária é flagrantemente desnecessária, considerando que os fatos investigados datam de pelo menos mais de dois anos, a investigação já é conhecida desde o final do ano passado, e o ex-presidente jamais foi sequer chamado a prestar esclarecimentos", diz a nota publicada no Facebook de Collor.
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O texto diz ainda que o senador já se colocou à disposição para ser ouvido pela Polícia Federal, mas que, por duas vezes, o depoimento foi desmarcado na véspera. "Medidas dessa ordem buscam apenas constranger o destinatário, alimentar o clima de terror e perseguição e, com isso, intimidar futuras testemunhas" diz a nota.
Collor criticou ainda o que chamou de desrespeito às garantias individuais pelo "Estado policial". "Se nem os membros do Senado Federal estão livres do arbítrio, o que se dirá do cidadão comum à mercê dos Poderes do Estado", afirmou.
Seis agentes da Polícia Federal deixaram o apartamento funcional ocupado por Collor por volta das 9h40 desta terça-feira levando um malote. A PF cumpre outros 52 mandados de busca e apreensão envolvendo outros dois senadores - Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Ciro Nogueira (PP-PI) -, um deputado federal - Eduardo da Fonte (PP-PE) -, além do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA) e o ex-deputado federal João Pizzolatti (PP-SC).
A operação, batizada de Politeia, é a primeira deflagrada no âmbito dos inquéritos abertos em março no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar suposto envolvimento de políticos no esquema de desvios da Petrobras. As ações estão sendo realizadas em Brasília e em seis Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Bahia, Santa Catarina e Pernambuco.