Numa estratégia para evitar a convocação do petista José Dirceu e dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), cujos nomes foram citados em delações premiadas da Operação Lava-Jato, o PT decidiu rifar o ministro da Justiça, Luiz Eduardo Cardozo. Em acordo com a oposição, o relator da CPI da Petrobras, deputado Luiz Sérgio (PT-SP), incluiu o nome de Cardozo no bloco de 73 requerimentos de convocação aprovado pelo colegiado na manhã de ontem. Os donos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez, Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo, respectivamente, que estão presos, também vão ser ouvidos pelos deputados. Ainda não há data marcada para as oitivas. Todas devem ocorrer a partir de agosto, após o recesso parlamentar.
Oficialmente, Cardozo vai à CPI para falar sobre a escuta encontrada na cela do doleiro Alberto Youssef, um dos principais operadores do esquema bilionário de corrupção na petroleira. Policiais federais afirmaram aos integrantes da CPI, na semana passada, que o grampo foi colocado sem autorização judicial. ;Queremos que o ministro, como chefe da Polícia Federal, possa explicar as dúvidas sobre o episódio;, avaliou Luiz Sérgio. Nos bastidores, alguns parlamentares chegaram a mencionar que a Lava-Jato poderia ser anulada em razão da ilegalidade cometida.
Oposicionistas vão aproveitar a ida de Cardozo à CPI para aumentar a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff. A expectativa é de que o ministro sofra um bombardeio de questionamentos sobre o esquema de corrupção na estatal e em relação ao encontro que teve com advogados de empreiteiras investigadas. Ao comentar a convocação, Cardozo disse estar à disposição. ;Se puder colaborar de alguma forma para a elucidação dos fatos, eu o farei.;
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