O presidente da República em exercício, Michel Temer, disse, nesta segunda-feira (29/06), que a revelação do teor da delação premiada do executivo Ricardo Pessoa, presidente da UTC, não deve ter impacto nas votações no Congresso Nacional.
;Acho que não (tem interferência). Isso (a delação) é uma coisa do judiciário, não vai ter repercussão nessas coisas (nas votações);, disse Temer. Pessoa teria citado 18 nomes em seu depoimento no âmbito da Lava-Jato e diz ter sido pressionado para fazer doações para a campanha da presidente Dilma Rousseff, em 2014. O empreiteiro disse que a pressão veio do ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, à época tesoureiro de campanha. Pessoa também afirmou ter dado R$ 500 mil ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, para a campanha ao governo de São Paulo, em 2010. O governo diz que as doações foram legais.
Temer discutiu com ministros e líderes no Congresso a análise de matérias, como a que atrela a aposentadoria ao reajuste do salário mínimo e o projeto de lei que muda o regime de partilha na exploração do petróleo do pré-sal.
Segundo Temer, não há decisão quanto a possibilidade de o governo conseguir evitar a votação do projeto da Petrobras. ;Ainda não sabemos. Não há decisão sobre isso;, disse.
Pouco antes de Temer falar, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, saiu da vice-presidência e não comentou a delação de Pessoa, que diz ter repassado R$ 500 mil a ele para a campanha ao governo de São Paulo, em 2010.