O presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-Alagoas) voltou a criticar a presidente Dilma Rousseff após almoço na residência oficial com o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Questionado se o encontro serviria para melhorar as relações entre o Palácio do Planalto e o Congresso, Renan foi ácido. ;Eu tenho uma boa relação pessoal com a presidente Dilma. Viajamos juntos para Santa Catarina. As nossas divergências são institucionais. A presidente precisa apresentar ao país um plano de governo e desenvolvimento;, afirmou.
Renan, que conseguiu emplacar afilhados políticos na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que o governo está querendo atrair o PMDB para a vala comum da distribuição de cargos: ;O PMDB não pode cair nesta armadilha. O partido quer influenciar as decisões de governo.;
Acompanhado pelo líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), Renan confirmou que colocará em votação, na próxima terça-feira, a indicação de Luiz Fachin para ministro do Supremo Tribunal Federa (STF). ;Como presidente do Senado, minha postura será de isenção. No voto secreto, o que vale é a consciência do senadores;, salientou.
Tanto Delcídio quanto Renan garantiram que o tema central do almoço com Lula foi o debate sobre o projeto de terceirização. Lula e as centrais sindicais são completamente contrários à proposta aprovada pela Câmara que estende a terceirização às atividades-fim. Os dois senadores concordam com a posição de Lula. ;Queremos preservar os 40 milhões de trabalhadores que têm carteiras assinadas e ao mesmo tempo não prejudicar os 13 milhões de terceirizados. Nosso esforço é para não preudicar direitos trabalhistas;, disse Delcídio.