O vice-presidente Michel Temer afirmou ontem que, se for necessário, o governo retirará a urgência de dois projetos de lei parte do pacote anticorrupção para votar o projeto de lei que trata da desoneração da folha de pagamento e compõe o ajuste fiscal. O governo quer votar a desoneração o quanto antes, porque, assim como as medidas provisórias que tratam de mudanças no acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários, o projeto -- que também está com urgência constitucional -- impacta nas contas do governo e está atrelado ao contingenciamento do orçamento. Isso pode significar o atraso na votação de medidas prometidas durante a campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff.
"Certamente vai tirar urgência. Se for preciso, vai", disse Temer. As duas propostas de combate à corrupção tipificam o crime de enriquecimento ilícito de servidores públicos e estabelece a perda antecipada de bens obtidos por meio de corrupção. Elas passaram a trancar a pauta de votações no último dia 4. Ambas estão na frente do projeto que diminui o benefício fiscal de desoneração da folha de pagamentos, que passou a trancar a pauta no dia 5
As negociações caminham para retirada de urgência dos projetos anticorrupção. Isso significa, no entanto, adiar a votação de projetos anunciados durante a campanha da presidente Dilma Rousseff. Por isso, o gesto de tirar a urgência, no entanto, pode soar mal à presidente Dilma Rousseff, já que o pacote anticorrupção foi uma das promessas de campanha e o envio dos anunciado com pompas no Palácio do Planalto.