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Presidente da Sete Brasil nega irregularidades em contratos com a Petrobras

Pedro Barusco afirmou que a empresa pagou propina a diretores da Petrobras nos contratos de construção de 28 sondas de perfuração

O presidente da empresa Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, disse hoje (7), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras que auditorias externas feitas por escritórios de advocacia não identificaram irregularidades nos contratos firmados com a Petrobras para a construção de sondas de perfuração para exploração do petróleo na região do pré-sal.

Em acordo de delação premiada, o ex-gerente de Tecnologia da Petrobras e também ex-diretor da Sete Brasil, Pedro Barusco, afirmou que a empresa pagou propina a diretores da Petrobras nos contratos de construção de 28 sondas de perfuração.

;Assim que surgiram na imprensa as primeiras notícias da Operação Lava Jato, contratamos empresas de auditorias externas e escritório de advocacia e não foi encontrada nenhuma irregularidade nos contratos e no processo licitatório das plataformas;, disse Carneiro.

[SAIBAMAIS]Carneiro assumiu a presidência da Sete Brasil no final de abril do ano passado, quase um mês após a Polícia Federal deflagrar a primeira fase da Lava Jato, que investiga fraude em contratos da Petrobras.

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De acordo com ele, das 28 sondas de perfuração que estavam previstas para serem construídas, 17 estão em construção: duas unidades com mais de 80% dos trabalhos realizados e 10 sondas com avanço superior a 30%. Carneiro informou à CPI que até início da Operação Lava Jato as outras 11 sondas ainda estavam em fase de elaboração.

Com o início da operação da PF, disse Carneiro, a Sete Brasil passou a ter dificuldades de caixa e várias obras tiveram redução no ritmo de andamento e outras paralisaram as atividades. ;Estamos desde novembro sem pagar os estaleiros;, admitiu Carneiro. Ele explicou que, desde então, dois estaleiros continuaram operando mesmo sem receber, alguns estaleiros diminuíram o ritmo e alguns romperam contratos, explicou Carneiro.

Segundo Pedro Barusco, em delação premiada, a Sete Brasil, uma empresa privada, foi criada por iniciativa da Petrobras em 2011 e sua operação envolvia financiamento do BNDES e de fundos de pensão Petros, Previ (do Banco do Brasil), Valia (da Vale do Rio Doce), Funcef (da Caixa Econômica Federal), Petrobras e dos bancos BTG Pactual, Bradesco e Santander.

Ao ser questionado pelo sub-relator da CPI deputado André Moura (PSC-SE) se a licitação das sondas foi direcionada para que a Sete Brasil vencesse o certamente, Carneiro negou que a empresa tenha sido beneficiada. ;A Petrobras identificou na época do pré-sal a necessidade de 40 sondas. Doze foram construídas fora do Brasil. Com a exigência do ANP [Agência Nacional do Petróleo] da produção de conteúdo local a Petrobras foi obrigada a licitar as plataformas de forma que elas fossem produzidas no Brasil. A ideia era que uma empresa com maior condições fosse constituída e assim foi. Ela foi montada antes da licitação das 21 sondas e conseguiu esses contratos, mesmo tendo outro participante na licitação; disse Carneiro.