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CUT e movimentos sociais lutam contra terceirização e redução da maioridade

"O nosso movimento é pelos direitos, contra a direita. Contra esse avanço conservador que ataca e tira direitos dos trabalhadores. Que ataca os direitos sociais", disse o presidente nacional da CUT

Durante o ato do Dia do Trabalho hoje (1;), em São Paulo, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) apresentou uma aliança com outras centrais sindicais e movimentos sociais para combater o que qualificou de propostas conservadoras em discussão no país. Foram criticadas a terceirização da atividade-fim das empresas e a redução da maioridade penal, ambas em discussão no Congresso Nacional.

;O nosso movimento é pelos direitos, contra a direita. Contra esse avanço conservador que ataca e tira direitos dos trabalhadores. Que ataca os direitos sociais. Que ataca os direitos dos serres humanos. Que quer criminalizar uma criança de 16 anos;, disse o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas. O evento que aconteceu no Vale do Anhangabau, centro paulistano.

[SAIBAMAIS]O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também criticou a proposta de que adolescentes a partir de 16 anos sejam tratados como adultos pelo Judiciário. Para ele, anos de negligência do Estado tem grande influência na delinquência juvenil. ;É bem possível que muitos jovens cometam crimes. Agora é importante que a gente diga: qual o crime que o Estado brasileiro cometeu ao longo de 500 anos não dando a esses jovens a oportunidade de não estar no crime;, indagou.

Lula disse ainda que vai começar uma articulação contra o movimento que pede o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. ;Eu vou começar a andar o país outra vez. Eu vou começar a conversar com trabalhadores, com desempregados, com camponeses e empresários. Eu vou começar a desafiar aqueles que não se conformam com o resultado da democracia. Aqueles que, desde a vitória da Dilma, estão pregando a queda da Dilma;, destacou ao discursar.

O coordenado nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, criticou o Projeto de Lei (PL) 4330, aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados. A proposta, que está sendo apreciada pelo Senado, regulamenta a terceirização. Porém, segundo Boulos, o PL vai aumentar a precarização das relações de trabalho.

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;O PL 4330 e o avanço da terceirização é o maior ataque que tem sido feito contra o conjunto dos trabalhadores. Não só os sindicalizados, mas os mais precarizados, que estão amontoados nas periferias urbanas, são afetados diretamente;, disse durante a entrevista à imprensa concedida pelos líderes dos movimentos e centrais sindicais.

Vagner Freitas convocou os presentes ao ato para participarem de uma mobilização contra a terceirização no próximo dia 29. A ideia é pressionar o Senado pela rejeição do PL 4330. Mas, caso o projeto seja aprovado, o presidente da CUT disse que pretende articular uma greve geral para pedir que Dilma vete a proposta.;Nós vamos organizar uma greve geral pelo veto;, adiantou.

Também participaram do ato a Coordenação Nacional de Entidades Negras, a Marcha Mundial de Mulheres, o Movimento dos Atingidos Por Barragens e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).