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Politica

Dilma convoca ministros para acompanhar protestos marcados para hoje

Enquanto o governo acredita em número menor de gente nas ruas, organizadores garantem que movimento vai surpreender mais uma vez



Atentos às convocações feitas pelas redes sociais para as pessoas irem às ruas pedir, entre outras demandas, o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o governo escalou ministros para acompanharem as manifestações. Pelo menos os titulares da Justiça, José Eduardo Cardozo; da Secretaria-Geral, Miguel Rossetto; e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ficarão hoje em Brasília com essa tarefa, como fizeram no último 15 de março. O receio é de os protestos serem tão grandes quantos os daquele dia, que levaram cerca de 2,7 milhões de manifestantes, segundo a Polícia Militar (PM), a atos em 27 capitais. No Planalto, entretanto, a aposta é que as mobilizações serão menores.

Ministros e ex-ministros de Dilma avaliam que, após a explosão de gente nas ruas no mês passado, a tendência é de um arrefecimento no ânimos das pessoas. Alguns fatores, na visão dos governistas, levariam a isso. O primeiro é que o movimento de 15 de março envolveu uma infinita gama de protestos, que foram das críticas à corrupção na Petrobras, pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff e, em alguns casos menores, mais isolados, defesas do retorno dos militares ao poder. ;Isso assusta as pessoas, que não querem se ver envolvidas em protestos com pautas tão díspares assim;, disse um petista ligado ao movimento sindical.

Oposição
Por sua vez, o coordenador jurídico do Movimento Brasil contra a Corrupção, Aldo Julio Ferreira, 51 anos, acredita que mais gente vai às ruas hoje. ;Muitas pessoas que estavam com medo de ir na passada, por causa da segurança, viram que não houve perigo e devem aparecer hoje.; Ele também afirma que a pauta será menos dispersa. ;Fora Dilma, Fora PT, é a única bandeira que a gente vai levar;, disse.

O senador Aécio Neves (PSDB) fez um vídeo na sexta-feira em que convoca pessoas para irem aos protestos de hoje. Ele também admitiu participar de passeata entre as praças da Liberdade e Estação, no Centro de Belo Horizonte. A atitude do tucano vai ao encontro do que os organizadores de grupos de convocação pela internet apostam, de que as manifestações serão ainda maiores neste domingo que os atos do último dia 15.

O PT e os movimentos sociais acreditam, entretanto, que a própria oposição está mais cautelosa, sobretudo pelo risco de ver seu nome envolvido em pedidos de retorno aos tempos da ditadura militar. ;A democracia está em risco e as pessoas sensatas percebem isso. Sabem que não é bom facilitar;, defendeu um sindicalista, próximo ao ex-presidente Lula.

"Muitas pessoas que estavam com medo de ir na passada, por causa da segurança, viram que não houve perigo e devem aparecer hoje. Fora Dilma, Fora PT, é a única bandeira que a gente vai levar;

Aldo Julio Ferreira,
coordenador do Movimento Brasil contra a Corrupção