Politica

Após confusão na CPI da Petrobras, servidores adotam os roedores

Os bichinhos causaram confusão durante o depoimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto

Ana Maria Campos
postado em 10/04/2015 09:11
Os roedores soltos no plenário 2 das comissões foram recolhidos e adotados por parlamentaresOs roedores ; dois hamsters e três esquilos da Mongolia ; que fizeram a bagunça na CPI da Petrobras foram adotados nessa quinta-feira (9/4) mesmo. Uma servidora da Câmara dos Deputados, assessora do deputado Ricardo Izar (PSD-SP), foi vista, no fim da tarde, carregando dois ratinhos em duas gaiolas, daquelas com parque de diversões. Na verdade, duas ratinhas, que foram apelidadas de Dilma e Ideli. Uma delas estava ferida porque levou uma pisada de um dos deputados da comissão e seria levada ao veterinário.

O presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Animais, deputado Ricardo Izar (PSD-SP), compareceu à sala do Depol para ;resgatar; um dos animais. ;Eu tô querendo levar para casa, minha filha até já me ligou;, disse Izar, que também criticou o uso dos bichinhos por um servidor comissionado da Câmara no protesto. ;É um absurdo, ele poderia ter protestado de outras formas. Acho que ficou claro que houve maus-tratos aos animais, e ele (servidor) tem que responder;, ressaltou Izar. Izar acabou adotando um dos esquilos-da-mongólia. Um outro da mesma espécie foi cedido ao deputado Laudivio Carvalho (PMDB-MG), e outro sob a responsabilidade de servidores. O preço de cada um desses animais, num pet shop, varia entre R$ 18 e R$ 40.

Os bichinhos causaram uma confusão durante o depoimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, na CPI da Petrobras. A confusão começou quando um servidor comissionado da Câmara soltou os cinco animais no plenário 2 do corredor das comissões, onde ocorria a sessão, pouco depois da chegada de Vaccari. No começo da tarde, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que tomaria as providências para que o funcionário, identificado como Márcio Martins de Oliveira, fosse exonerado.

[SAIBAMAIS]Antes mesmo do início do depoimento, pessoas identificadas como ativistas do ;combate à corrupção; espalharam pelo plenário panfletos que ironizavam o esquema desbaratado pela Operação Lava-Jato, a presidente Dilma e o próprio João Vaccari. Num deles, o rosto de Vaccari aparecia inserido digitalmente no corpo de uma mulher de idade avançada que faz um gesto obsceno com uma das mãos. Em cima, o panfleto trazia a frase da presidente Dilma, segundo a qual a corrupção ;é uma senhora idosa; no Brasil. A primeira a notar a presença dos roedores em plenário foi a deputada Maria do Rosário (PT-RS). ;São ratos!”, exclamou ela. ;Não mata o bichinho não, pega o bichinho. Não mata, não;, disse um deputado, sem notar que o microfone estava aberto. ;Estão querendo transformar essa CPI num circo!”, gritou Leo de Brito (PT-AC). Momentos depois, Rosário exigiu que a sessão fosse adiada, o que não ocorreu por determinação de Hugo Motta (PMDB-PB), presidente da CPI.

Salário
Márcio, que assessorou o deputado Paulinho da Força (SD-SP) entre abril de 2012 e 11 de março passado, ocupa um cargo comissionado e recebe cerca de R$ 3 mil mensais. Ele foi detido e levado para uma sala da Polícia Legislativa (Depol). Interrogado, negou ter sido o responsável pela ;brincadeira;. Ele foi liberado após assinar um termo de comparecimento em juízo e responderá pela contravenção de ;tumulto em ato público;, considerado um crime de menor potencial ofensivo.

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