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Joaquim Levy nega crítica e diz que tem 'enorme afinidade' com Dilma

Durante almoço com 600 empresários, ministro afirma não haver problemas com a presidente e defende o ajuste fiscal

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse hoje (30), em São Paulo, que tem uma ;enorme afinidade; com a presidenta Dilma Rousseff na visão de longo prazo da economia. ;Não há nenhuma desafinação;, enfatizou, ao comentar as declarações em uma palestra na última semana, na escola de negócios da Universidade de Chicago e que foram interpretadas como uma crítica à presidenta.

Durante almoço promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) para 600 empresários, Levy voltou a negar que tenha criticado Dilma. ;A presidenta tem sido absolutamente explícita e genuína sobre seus objetivos;, ressaltou.

Segundo o ministro, na ocasião ele quis dizer que, mesmo com a vontade da presidenta, às vezes é difícil colocar em prática algumas medidas. ;A gente nem sempre consegue tudo o que a gente deseja em um processo democrático, e isso é bom."

O ministro acredita que as medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo serão aprovadas pelo Congresso. ;A gente tem tido sucesso em conversas que, em um primeiro momento, não pareciam que estavam encaminhadas;, informou ao explicar as negociações do governo com os parlamentares para aprovação das propostas.

De acordo com Joaquim Levy, o objetivo do governo é reduzir os próprios gastos ao patamar de 2013. ; A gente não tem discutido quantidade, quantos bilhões vamos cortar. Mas que fique claro que, com relação à programação financeira, aquele gasto que a gente pode controlar, o objetivo é trazer para o nível de 2013. Isto exigirá grande disciplina;, esclareceu.

Para o ministro, isto representa uma redução de aproximadamente 30% dos empenhos feitos pelo Executivo. Apesar de defender a redução de gastos, Levy admitiu que não será um processo simples. ;Cortar na carne é importante, mas não é fácil, porque não tem muita carne.;

Joaquim Levy ressaltou a importância do planejamento dos gastos e desonerações de tributos, de modo que as contas continuem equilibradas. ;Não podemos criar novas despesas que venham a exigir novos impostos. Ou sair cortando impostos, sem ter ajustado as despesas; concluiu.