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Politica

Ministério Público apura doações de R$ 66,77 milhões declaradas ao TSE

A cifra foi apurada em levantamento do Correio com base nos pedidos de abertura de inquérito contra 54 autoridades e em informações do Tribunal Superior Eleitoral



A Procuradoria-Geral da República colocou sob suspeita R$ 66,77 milhões doados oficialmente para políticos investigados por envolvimento em desvios na Petrobras identificados na Operação Lava-Jato. Apesar de os valores terem sido declarados à Justiça Eleitoral, o Ministério Público acredita que eles serviram para ocultar propina. A cifra foi apurada em levantamento do Correio com base nos pedidos de abertura de inquérito contra 54 autoridades e em informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A tese dos procuradores é que recursos oficiais entraram nas campanhas de ao menos quatro partidos ; PT, PSDB, PP e PMDB ; para lavar dinheiro da corrupção da Petrobras. Na sexta-feira, o Ministério Público anunciou que estuda fazer as legendas devolverem os valores obtidos ilegalmente. ;O partido poderá ser responsabilizado pela determinação de devolução desses recursos e serão analisadas outras medidas cabíveis;, disse o procurador Deltan Dallagnol.

O executivo da Setal e delator da Operação Lava-Jato Augusto Mendonça disse que fez contribuições de campanha para bancar os subornos de forma disfarçada. O procurador-geral da República usou o mesmo raciocínio para reforçar depoimentos nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Segundo investigadores ouvidos pelo Correio, a estratégia do Ministério Público é reforçar indícios ao menos do crime de lavagem de dinheiro dos políticos, ainda que o de corrupção não tenha tantos elementos de prova.

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