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'É hora de calar', afirma Renato Duque em depoimento à CPI da Petrobras

Em depoimento, ele se reservou ao direito de ficar calado.

O ex-diretor da Petrobras Renato Duque se reservou ao direito de ficar calado, nesta manhã de quinta-feira (19/3), durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades na Petrobras. ;Existe hora de falar e hora de calar. Esta é a hora de calar;, afirmou. O juiz Sérgio Moro, da 13; Vara Federal de Curitiba, havia autorizado o depoimento dele à comissão.


Segundo Sampaio, foram 88 obras orçadas em R$ 69 bilhões, entre 2003 e 2011, período em que Duque trabalhou na petroleira. O suborno foi pago da seguinte maneira: R$ 311 milhões ficaram com Duque; R$ 200 milhões ficaram com o ex-gerente de engenharia Pedro Barusco; e R$ 602 milhões com o tesoureiro do PT, João Vaccari. Duque teve obras de arte apreendidas e R$ 40 milhões confiscados em Mônaco, segundo o juiz federal Sérgio Moro. A defesa de Duque nega que ele possua dinheiro no exterior. O valor das obras de arte e a movimentação financeira é incompatível com os rendimentos de Duque na validação de Sampaio.

Sampaio recomendou que Duque falasse. Lembrou que o operador do mensalão, o publicitário Marcos Valério, pegou 38 anos de prisão porque, segundo o tucano, não contou o que sabia esperando uma suposta proteção do PT. O oposicionista também lembrou que, no mesmo caso, a executava do banco rural, Kátia Rabello, foi condenada a cerca de 30 anos de cadeia. "Vossa senhoria vai ter no mínimo 30 anos de cadeia. Vossos senhoria tem família, tem amigos e advogados", afirmou Sampaio ao aconselhar que o ex-diretor quebrasse o silêncio.