postado em 10/03/2015 20:47
Após forte polêmica, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJC) da Câmara elegeu na tarde desta terça (10/3) o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) como 1; vice-presidente do colegiado. Com isso, a CCJC, considerada a mais importante da Casa, terá no comando dois deputados investigados no Supremo Tribunal Federal por suposta participação no esquema de corrupção na Petrobras, desmantelado pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. No começo de março, os deputados já haviam escolhido Arthur de Lira (PP-AL) como presidente do colegiado. Também investigado no Supremo, Lira recebeu o cargo por conta de um acordo para garantir o apoio do PP ao atual presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).A escolha de Ribeiro, que foi ministro das Cidades de Dilma Rousseff, gerou descontentamento entre os parlamentares. De 54 votantes, 26 votaram em branco, e outros 28 apoiaram o nome de Aguinaldo, em votação secreta. Vários deputados protestaram, e houve até quem pedisse o afastamento de Lira e Ribeiro. Júlio Delgado (MG), ex-líder da bancada do PSB, lembrou que os processos de cassação de parlamentares têm de passar pela CCJC antes de serem decididos no Plenário da Câmara. ;Muitos dos deputados do PP poderiam estar envolvidos, até mesmo vossas excelências;, disse Delgado.
Partidos de oposição como o PSOL e o PPS já se manifestaram pedindo o afastamento de todos os investigados dos cargos de direção, nas duas casas do Congresso. A lista de parlamentares investigados envolve ainda os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ); e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A 2; e a 3; vice-presidências da CCJC serão ocupadas pelos deputados Osmar Serraglio (PMDB-PR) e Veneziano Vital do Rêgo (PMDB-PB), respectivamente.