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Politica

Bate-boca entre deputados marca início dos trabalhos da CPI da Petrobras

O tumulto começou com o anúncio, pelo presidente da comissão, o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), da criação de quatro sub-relatorias

O início dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, nesta manhã de quinta-feira (5/3), terminou em bate-boca entre parlamentares, com gritos e trocas de ofensas no plenário 2 da Câmara dos Deputados. O tumulto começou com o anúncio, pelo presidente da comissão, o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), da criação de quatro sub-relatorias, que ficarão sob o comando do PSDB, PP, PSC e PR. A decisão provocou grande discussão, com protestos do PT, PPS, Psol e PSB, por que os nomes foram indicados pelo presidente do colegiado, sem submetê-los ao plenário.

As sub-relatorias serão distribuídas para os deputados Bruno Covas (PSDB-SP), Arnaldo Faria de Sá (PP-SP), André Moura (PSC-SE) e Altineu Côrtes (PR-RJ), com a justificativa de descentralizar os trabalhos. Parlamentares do PT, PPS, Psol e PSB criticaram o fato de que não foram ouvidos sobre a criação de sub-relatorias, além de não poder indicar nomes para as vagas. Houve protestos no momento do anúncio, com uma forte discussão com o presidente do colegiado.



O deputado Afonso Florence (PT-BA) disse que a nomeação de quatro sub-relatores não está na pauta da reunião de hoje e quer o adiamento da decisão, com uma negociação entre os partidos representados na comissão para a indicação dos nomes.Florence pediu ao presidente da CPI que seja feito um acordo entre os partidos, com base na proporcionalidade partidária, para a ocupação das anunciadas quatro sub-relatorias.



Na comissão, instalada na semana passada, foram eleitos os três vice-presidentes da CPI: Imbassahy (PSDB-BA), Felix Mendonça (PDT-BA), Kaio Maniçoba (PHS-PE). Além de criar as sub-relatorias, o deputado Hugo Motta confirmou que a comissão só vai investigar os fatos e o período que constam do ato de sua criação. Isso significa que a CPI vai se concentrar no período entre 2005 e 2015, conforme decisão anunciada pelo presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

O colegiado ainda vai analisar e votar 336 requerimentos apresentados pelos partidos. Segundo a secretaria da comissão, Motta pretende ainda levar a voto um requerimento para contratar a empresa Kroll, consultoria que trabalhará para a comissão em busca de recursos de delatores em contas no exterior.