Jornal Correio Braziliense

Politica

Investigado na Lava-Jato pede à Polícia Federal seus cinco carros de volta

Representante de Kepell Fels teme por "falta de manuteção" em veículos

A Polícia Federal recebeu nesta quarta-feira (11/2) 48 obras de arte apreendidas na semana passada com um dos suspeitos envolvidos na nova fase da Operação Lava-Jato. O material veio do Rio de Janeiro para Curitiba em um caminhão. Da superintendência da PF na cidade, tudo foi encaminhado ao Museu Oscar Niemeyer.

As obras incluem quadros de vários artistas como Salvador Dali, Romero Brito, Sérgio Sister, Cícero Dias, Miguel do Rio Branco, Pedro Motta, Vik Muniz e Amílcar de Castro.

O representante oficial do estaleiro Kepell Fels, Zwi Skornicki, pediu ao juiz da 13; Vara de Curtiba que a PF lhe devolve seus cinco carros apreendidos semana passada. De acodo com os policiais, são veículos de ;alto valor;. Os advogados de Zwi querem os carros de volta porque entendem haver ;risco de significativa depreciação de seu valor, decorrente da falta de uso e manutenção adequados;.

Segundo o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, Zwi foi foi responsável pela transferência de suborno a ele, entre 2003 e 2013, em conta do Banco Delta, na Suíça, bem como ao Partido dos Trabalhadores, cujo dinheiro foi entregue ao tesoureiro da legenda, João Vaccari Neto. Ele transferiu ainda US$ 12 milhões para o ex-diretor de serviços da estatal Renato Duque. Para a PF, Zwi é um dos 11 operadores que negociavam propinas na Diretoria de Engenharia da Petrobras.

Ele nega acusações. E desmarcou uma viagem para Cingapura a fim de evitar que isso seja interpretado como tentativa de fuga. Zwi foi conduzido por policiais na última quinta-feira (5/2) para prestar depoimento. O PT e Duque negam irregularidades.

Mais depoimentos

Hoje, a Justiça Federal de Curitiba tomou mais depoimentos de testemunhas nos processos contra executivos de empreiteiras acusadas de pagar propina em troca de contratos na Petrobras. No processo sobre a Mendes Júnior, depuseram mais uma vez os delatores Augusto Mendonça Neto e Júlio Camargo, a contadora Meire Poza e o dono do laboratório Labogen Leonardo Meirelles.