O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), protocolou, nesta terça-feira (10/2), mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão da eleição para as vice-presidências e quatro secretarias da Casa. A divisão dos cargos de comando do Senado terminou em briga na última quarta-feira (4/2). Depois de a oposição ser excluída da Mesa, Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), protagonizaram bate-boca acalorado.
No mandado de segurança, Caiado alega que Renan não cumpriu o ;princípio constitucional da proporcionalidade; na eleição para os cargos da Mesa. Tradicionalmente, as vice-presidências e secretarias da Casa são distribuídas de acordo com o tamanho das bancadas. Dessa forma, o PSDB teria direito, por exemplo, à primeira-secretaria. O partido, no entanto, acabou sem lugar na Mesa. Aliados de Renan articularam candidatos paralelos para os cargos, que concentraram a maioria dos votos da Casa.
;Dessa forma, resta incontroversa a manobra (...) realizada pela maioria formada por PMDB, PT, PTB, PSD, PCdoB, PR, PRB, PSC, PDT e PP, a qual, valendo-se da sua força numérica, alijou da Mesa do Senado Federal os representantes dos partidos minoritários DEM, PSDB e PSB;, alega Caiado no texto. Em protesto, os três últimos partidos se retiraram do plenário no momento da votação na última quarta-feira.
Bate-boca
A sessão de escolha dos representantes da Mesa foi marcada pelo bate-boca. Aécio acusou Renan de não respeitar o critério da proporcionalidade por ;compromissos que assumiu durante a campanha para a Presidência;. ;Vossa excelência perde a legitimidade para ser presidente dos partidos de oposição nesta Casa;, disse Aécio.
;Que bom que isso esteja sendo dito por vossa excelência, que foi candidato a Presidente da República, e tem a dimensão do que é a democracia;, rebateu Renan, acrescentando que ;por isso, deu no que deu;, em referência à derrota de Aécio nas urnas.