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Governistas traem Planalto e viabilizam pedido de nova CPI da Petrobras

Saída de Graça Foster da Petrobras não é suficiente para arrefecer os ânimos no parlamento, e assinaturas da própria base aliada viabilizam o pedido de criação de CPI na Câmara. Guerra, agora, é pelos cargos do colegiado



As previsões de que o Planalto não terá vida fácil em 2015 são reforçadas a cada dia neste começo de ano legislativo. Além da derrota do candidato governista à presidência da Câmara e do início de votações que não interessam ao Executivo, Dilma Rousseff tem que lidar com um grupo de dissidentes da própria base. Dos 182 deputados que assinaram, na noite de terça-feira, o pedido de instalação de uma nova CPI da Petrobras, 52 são governistas. Sem essas firmas, a oposição da Casa não seria capaz de atingir os 171 nomes necessários para protocolar o documento, formulado pelo líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP).

A CPI deve ser instalada hoje, dia seguinte à saída de Graça Foster da presidência da estatal (leia mais nas páginas 8 a 11), e o novo foco de tensão é a briga pelos cargos do colegiado. Por ter a maior bancada da Câmara, o PT reivindica a indicação do relator ou do presidente. Já a oposição, que comandou a coleta de assinaturas, deseja manter o PT longe do comando dos trabalhos. Entre os partidos da base que colaboraram com a CPI, o maior apoio veio do PDT: dos 20 parlamentares do partido, 14 endossaram o documento, incluindo o líder da bancada, André Figueiredo (CE). O PMDB contribuiu com 10 adesões.

Antes mesmo da formalização da CPI, o governo trabalha para esvaziar o grupo. ;O juiz Sérgio Moro (responsável pela Operação Lava-Jato) está atuando livremente. O Ministério Público Federal também tem muita coisa para dizer. A Polícia Federal apura as denúncias, e ainda há o trabalho feito pela CPMI do ano passado. Então, uma nova CPI vai partir de onde? Vai pegar os elementos que estão aí. Na minha opinião, não há muito mais o que fazer;, disse o novo líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), expressando a opinião do partido sobre a relevância de uma nova investigação.

Apesar de tentar minimizar a importância da CPI, o PT avisa que não abre mão do controle da comissão. ;Regimentalmente, o nosso partido tem direito a duas coisas, participação com um número condizente de parlamentares e, por ser a maior bancada, à relatoria ou à presidência;, frisou Machado. Os partidos têm até o começo da noite de segunda-feira para indicar os participantes da CPI.

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