Em depoimento prestado à Polícia Federal, em novembro do ano passado, o doleiro Alberto Youssef revelou que pagou pessoalmente, no dia em que foi preso, em nome da UTC, propina de R$ 1,4 milhão que seria destinada ao então chefe da Casa Civil do governo de Roseana Sarney, João Abreu. O acerto, de acordo com o delator, seria para o governo aceitar pagar precatório da UTC no valor de R$ 113 milhões em 24 parcelas.
[SAIBAMAIS]No depoimento, Youssef revela que o suborno acordado foi de R$ 10 milhões. "Mediante um acordo com João Abreu, ficou combinado que receberia parte do comissionamento, ou seja, três milhões de reais. Adarico Negromonte e Rafael Ângulo e salvo engano uma terceira pessoa levaram duas parcelas de R$ 800 mil".
Youssef conta que, no dia de sua prisão, levou R$ 1,4 milhão no quarto de Marco Ziegert, no Hotel Luzeiros, em São Luis, no Maranhão. O dinheiro foi levado numa mala preta e chegou até o Maranhão num avião fretado.
O doleiro informou que "no dia em questão, recebeu um tefonema em seu quarto e a pessoa disse que era engano, sendo que, ao retornar a ligação, soube que se taratava da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba". Marcos era o intermediário de João Abreu. Além da mala de dinheiro, Youssef também levou uma caixa de vinhos para ser entregue a Abreu.