Brasília e Curitiba ; Um grupo de procuradores de diferentes áreas de atuação vai se debruçar sobre o material já produzido pela Operação Lava-Jato para avançar nas investigações que apontam a participação de políticos com foro privilegiado no esquema de pagamento de propina com recursos da Petrobras. A portaria que cria o grupo de trabalho foi assinada na segunda-feira pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e tem prazo de atuação de seis meses. A equipe será comandada pelo procurador regional da República Douglas Fischer, que participou da elaboração da justificativa jurídica para a acusação contra o ex-ministro José Dirceu no processo do mensalão.
[SAIBAMAIS]Os casos de políticos com foro privilegiado vão ser analisados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A expectativa é de que Janot comece a denunciar supostos envolvidos nas próximas semanas. Com parte do material da Lava-Jato em mãos, ele está lendo o que já foi apurado e separando políticos contra os quais considera que há elementos suficientes para a apresentação de denúncias. Há outros casos em que ele avalia que precisa de mais elementos para apontar a participação ou não no esquema. Mais de 40 políticos (veja quadro) já foram citados por delatores ou tiveram os nomes encontrados nas papeladas apreendidas pela Polícia Federal nas casas e nos escritórios dos presos na operação.
Oposição e base aliada se unem nessas citações. Integrantes de PT, PSDB, PMDB, DEM, PP, PTB, SD e PSDC tiveram nomes fornecidos pelos delatores. Pelo menos 20 desses políticos têm foro privilegiado e, caso seja identificado pela PGR o envolvimento deles nos crimes, podem ser denunciados. Só o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos delatores do esquema, mencionou 28 políticos nos depoimentos feitos em acordo de delação premiada.
De acordo com Costa, PT, PMDB e PP recebiam entre 1% e 3% de propina de empreiteiras que fechavam contratos com a Petrobras. Os delatores apontam Costa e os também ex-diretores Nestor Cerveró e Renato Duque como os braços dos partidos na petrolífera. Os dois últimos não fizeram acordo de delação premiada. Lideranças partidárias temem que eles comecem a apontar mais políticos.
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