Apontado como o grande responsável pelo ;projeto falho; que embasou a decisão da presidente Dilma Rousseff na compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), em 2006, o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró foi preso preventivamente na madrugada de ontem, no momento em que desembarcava no Rio de Janeiro. Ele só foi demitido da BR Distribuidora, uma subsidiária da petroleira, em março do ano passado, oito anos após a polêmica negociação de Pasadena. Quando foi surpreendido por agentes da Polícia Federal, no Aeroporto do Galeão, Cerveró regressava de Londres, onde passou natal e ano-novo com parte da família. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), ;não há indicativos de que o esquema criminoso (na Petrobras) foi estancado;. A prisão acendeu o sinal de alerta no Palácio do Planalto, que teme novas revelações sobre o esquema de corrupção na Petrobras, investigado pela Operação Lava-Jato.
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Existe também o receio de que, após período na cadeia, Cerveró, considerado o homem-bomba que nunca explodiu, possa seguir os passos do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e fechar acordo de delação premiada. Em dezembro, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos referentes à Operação Lava-Jato, aceitou denúncia contra Cerveró por corrupção e lavagem de dinheiro. Dois petistas com bom trânsito no Planalto, ouvidos reservadamente pelo Correio, admitiram que a prisão fragiliza o governo e sinaliza que a tempestade está muito longe do fim. Cerveró tinha acesso livre a gabinetes de deputados e de senadores, e alguns parlamentares acreditam que o ex-diretor pode ajudar a aumentar a lista dos políticos envolvidos no esquema de corrupção.
[SAIBAMAIS]A prisão preventiva do ex-dirigente foi pedida pelo Ministério Público Federal (MPF). No entendimento da instituição, ;Cerveró continua a praticar crimes, como a ocultação do produto e proveito do crime no exterior, e pela transferência de bens para familiares. Além disso, há evidências de que ele buscará frustrar o cumprimento de penalidades futuras;.
Conforme informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão subordinado ao Ministério da Fazenda, encaminhados à Polícia Federal, o ex-diretor pediu, em dezembro, resgate de uma aplicação no valor de R$ 500 mil. Para sacar o dinheiro, ele teria um prejuízo de R$ 200 mil. Os recursos, segundo o MPF, seriam transferidos para a filha de Cerveró, mesmo com as perdas detectadas.
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