Jornal Correio Braziliense

Politica

Novo ministro das Relações Exteriores defende diplomacia de resultados

Vieira disse que a presidenta deixou claro que a diplomacia brasileira terá o papel de servir como instrumento de apoio e impulso das políticas públicas do governo

O novo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse hoje (2) que a linha mestra de atuação do Itamaraty, no segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, será abrir e consolidar o acesso do Brasil a todos os mercados, ajudando a captar investimentos sempre que possível. Vieira disse que a presidenta deixou claro ontem (1;), em seu discurso de posse, que a diplomacia brasileira terá o papel de servir como instrumento de apoio e impulso das políticas públicas do governo, começando pela macroeconômica.

;Redobraremos esforços na área de comércio internacional, buscando desenvolver ou aprimorar as relações com todos os mercados externos. Assim, uma linha mestra da atuação do Itamaraty, no segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, será colaborar intensamente para abrir, ampliar, consolidar o acesso mais desimpedido possível do Brasil a todos os mercados, promovendo e defendendo o setor produtivo brasileiro, coadjuvando suas iniciativas e ajudando, onde for possível, a captar investimentos;, disse o ministro.



O novo chanceler disse que o discurso da presidenta ;valoriza a agenda internacional do Brasil, e a encara com sentido de pragmatismo e projeto nacional;. Ele ressaltou a importância da diplomacia de resultados: ;Terei sempre em mente que não basta estarmos presentes no mundo, é preciso sermos atuantes. O valioso simbolismo da presença não pode substituir uma diplomacia de resultados - de resultados que se medem com números, se obtêm com consciência da missão, com ação, com engajamento, com meios, enfim;.

Vieira reconheceu as dificuldades enfrentadas por representações do Estado brasileiro fora do país, e garantiu que estará atento às necessidades de cada posto no exterior e suas prioridades de atuação, assim como as instruções que precisarão receber em seu ;papel insubstituível; na estratégia externa que o país deve seguir. ;Ao olhar para o mundo, o Itamaraty vê antes de tudo os cidadãos brasileiros. Cabe a ele [Itamaraty] zelar pelo bem-estar de nossos nacionais que estão no exterior, em caráter permanente ou temporário. Vou empenhar-me para que a política consular brasileira receba recursos humanos e materiais para responder adequadamente à crescente demanda por serviços e assistência decorrente do aumento significativo do número de brasileiros que vivem no exterior, ou circulam a turismo, trabalho, estudo ou tantas outras razões;, acrescentou.

O chanceler disse ainda que o Brasil continuará a exercer seu papel de ator global, mantendo relações com todos os países e blocos do mundo, pois esse papel corresponde à sua realidade e às aspirações profundas do seu povo. Ele agradeceu a oportunidades de ter trabalhado, em 40 anos de carreira, com alguns dos diplomatas mais destacados das últimas décadas, como Celso Amorim, Samuel Guimarães e Luiz Felipe de Seixas Corrêa, e disse esperar contar com os conselhos de seu antecessor, Luiz Alberto Figueiredo, que passará a ocupar o posto de embaixador do Brasil em Washington, ocupado até agora por Vieira.