Pouca emoção, repetição de temas e de números de campanha e um tom burocrático marcaram o discurso genérico de Dilma Rousseff no Congresso Nacional. Durante 44 minutos e 27 segundos, a presidente reeleita repassou praticamente todos os temas discutidos em campanha, repetiu trechos do discurso de diplomação e anunciou duas novidades: um pacote de cinco medidas de combate à corrupção e o lema Brasil, pátria educadora! para nortear os próximos quatro anos de governo.
Para Célia Ladeira, especialista em análise do discurso e professora da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB), a fala de Dilma não reflete a postura de uma estadista e chegou a ser antipolítica. ;Não houve nada que tivesse um apelo argumentativo, uma argumentação popular. Foi muito administrativo. Foi um técnico fazendo um discurso administrativo de obras do governo;, avaliou Célia.
No Parlatório, o discurso foi mais curto e menos formal. Durante pouco mais de 10 minutos, Dilma fez apelo diretamente ao povo, foi mais emotiva e agradeceu aos brasileiros ; palavra, aliás, pouco usada no Congresso. Na fala para o público da Praça dos Três Poderes, a presidente fez um resumo dos temas desfiados momentos antes diante dos parlamentares, porém em um tom mais de estadista, que ficou ausente do primeiro discurso. ;Eu represento um projeto de nação que é detentor do mais profundo e duradouro apoio popular de nossa história democrática;, disse. ;Esse projeto, que começou no governo do presidente Lula e que continua no meu governo, pertence a vocês.; Para o povo, Dilma falou ainda na erradicação da miséria, na diminuição do desemprego, na valorização do salário mínimo e no acesso à educação.
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