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Presos na Lava-Jato vão passar o réveillon em celas da PF, em Curitiba

STJ nega pedido de habeas corpus a executivos detidos na operação da Polícia Federal. Ontem, visita de parentes foi antecipada por causa da celebração do ano-novo

postado em 31/12/2014 06:06

O lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, também teve negado o pedido de liberdade

Presos na Operação Lava-Jato passarão a noite de réveillon em celas da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Francisco Falcão, negou o habeas corpus ao presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho; ao diretor da construtora, Mateus Coutinho de Sá; e ao lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Os detentos receberam ontem a última visita de familiares deste ano.

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Os executivos da OAS foram denunciados pelo Ministério Público Federal acusados de participarem de um cartel de empreiteiras que atuava em obras da Petrobras. Já Fernando Baiano, apontado como o operador do PMDB junto à estatal, é réu em uma das ações originárias da Lava-Jato. Ele responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Os advogados recorreram ao STJ na última sexta-feira. Como a decisão do ministro Falcão é em caráter liminar, o mérito ainda será julgado pela Corte, em data a ser definida.

[SAIBAMAIS]No pedido de liberdade ao STJ, a defesa de Baiano alegou, por exemplo, que a prisão foi decretada para constrangê-lo a confessar irregularidades ;minando seu emocional/ psicológico;. O ministro Falcão negou o habeas corpus reproduzindo as razões que levaram a primeira instância a decidir pela prisão e outras decisões do STJ que também negaram liberdade a outros investigados. ;Verifica-se que a decisão impugnada demonstrou a materialidade do crime e a presença de indícios suficientes de autoria, bem como a necessidade da custódia cautelar para a garantia da ordem pública, considerando-se, sobretudo, a especial gravidade da conduta, revelada pelo modus operandi do delito;, escreveu o jurista. Fernando se defende admitindo ter negociado e intermediado negócios na Petrobras, mas nunca em benefício a partidos.

Sem ceia
Parentes dos presos fizeram, na tarde de ontem, a última visita de 2014. Normalmente, o encontro ocorre às quartas-feiras, porém, devido ao feriado de ano-novo, foi antecipado. Cada grupo de familiares teve a permissão de ficar até 20 minutos com o preso. A PF vetou a entrada de comidas especiais ou de bebidas alcoólicas para os investigados. Entre as pessoas que continuam detidas na Superintendência de Curitiba, estão executivos de algumas das maiores empreiteiras do país, como a OAS, a Camargo Corrêa e a Mendes Júnior. Além deles, o doleiro Alberto Youssef, apontado como operador do esquema de desvio de dinheiro na Petrobras e considerado líder da quadrilha de lavagem de dinheiro também permanece detido. Até o momento, 39 investigados se tornaram réus no processo, sendo 27 ligados a empreiteiras.

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