Jornal Correio Braziliense

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Prefeitos perderam poder de carrear apoio para candidatos a presidente

Os resultados da disputa eleitoral de 2014 para a Presidência da República colocam em xeque o tradicional coronelismo

Os prefeitos dos municípios brasileiros podem ainda influenciar pequenos grupos com seu apoio a candidatos nas eleições para deputado estadual e deputado federal. Mas os resultados da disputa eleitoral de 2014 para a Presidência da República colocam em xeque o tradicional coronelismo, velha prática em que ;líderes; locais reafirmavam o ;poder de convencimento;, carreando milhares de votos de cabresto a candidatos. Pelo país afora, em grandes, médias ou pequenas cidades, prefeitos do PT, do PSDB e do PSB, em geral, não conseguiram resultados nas urnas que demonstrassem o poder de seu apoio a nenhum dos três principais candidatos ao Planalto no último pleito: Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB).O desempenho eleitoral dos presidenciáveis nos municípios foi independente em relação ao partido político do prefeito. Foi assim que Dilma se saiu melhor em algumas cidades governadas pelo PSDB, e Aécio teve mais votos em outras comandadas pelo PT. Ao mesmo tempo, ter prefeito do PSB não significou garantia de bom desempenho para Marina Silva.

Em trabalho desenvolvido no Laboratório de Estudo do Estado e da Sociedade Civil, o professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Vitor de Moraes Peixoto ; ao lado de Nelson Motta Goulart, orientando do Programa de Sociologia Política ; considerou: ;Houve um tempo em que controlar a política local significava, automaticamente, transferir votos para o candidato apoiado no plano nacional. Mas agora os tempos são outros. Em 2014, os candidatos do PT e do PSDB não tiveram um volume de votos em cidades governadas por seus partidos ou aliados muito diferente da média nacional;. A constatação valeu também para prefeitos do PSB em relação a Marina.

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Em todo o país, os prefeitos contaram pouco para a decisão do eleitor na eleição presidencial. Nas 633 cidades governadas pelo PT, Dilma obteve, no segundo turno, em média, 55,35% dos votos contra 44,65% de Aécio. Essa distribuição também variou pouco nas 708 cidades governadas pelo PSDB: 47,41% dos votos foram para Aécio e 52,59% para Dilma. Em cidades com prefeitos de partidos aliados, os resultados também não foram muito diferentes. Nos 1.020 municípios administrados por peemedebistas, Aécio conquistou, em média, 43,59%, e Dilma, 56,41%. Já nas 438 cidades comandadas por prefeitos do PSB, legenda que apoiou Aécio, Dilma obteve o melhor desempenho médio: 65,93% dos votos contra 34,07% de Aécio.

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