No momento em que o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari, entregava o relatório das investigações sobre violações de direitos humanos na ditadura em versão impressa ao vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o advogado Claudio Lamachia, um defensor das Forças Armadas tomou lugar no púlpito para criticar o evento.
[SAIBAMAIS] Identificando-se como Joel Câmara, ele afirmou que os presentes estavam "comemorando atos terroristas", e que estava ali pela "prestando homenagem às Forças Armadas, que venceram a guerra ao terror". O relatório final da CNV é apresentado à sociedade nesta quarta-feira (10/12), depois de ser entregue à presidente Dilma Rousseff.
Muito vaiado e sob gritos de "fascista", ele foi retirado do palco. Câmara foi um dos organizadores da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, realizada em Brasília, no Setor Militar Urbano, em junho deste ano, pedindo a volta dos militares ao poder. Lamachia retomou a fala pedindo que a plateia não sei deixasse abalar. "Este é um momento histórico. Não nos deixemos abalar por este episódio", disse. Em seguida, ele anunciou a leitura da carta do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon.