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Empreiteira narrou propina na Infraero, diz um dos delatores da Lava-Jato

O executivo da Toyo Setal Augusto Mendonça afirmou à Polícia Federal que houve pagamentos de propina para o ex-presidente da Infraero Carlos Wilson, falecido deputado do PT, em uma obra no Aeroporto de Brasília. Em depoimento prestado em acordo de delação premiada, Mendonça disse que foi informado que haveria uma "comissão" a ser paga ao petista. [SAIBAMAIS] O Aeroporto de Brasília começou a ser reformado pela empreiteira Better em 2002. Durante as obras, a empresa subcontratou a PEM Engenharia, de Mendonça, para fazer as instalações elétricas. Nessa época, a Infraero fazia um "grande pacote de obras", segundo ele. O executivo disse que foi procurado por um acionista de seu cliente para dar um desconto no seu preço cobrado. O motivo é que a Beter teria que %u201Chaveria um pagamento de "comissão" e uma combinação na forma de contratação no âmbito da Infraero, por meio do presidente à época, Carlos Wilson (que assumiu o cargo em 2003)", segundo narrou Mendonça, em depoimento à PF em 30 de outubro. "O argumento da Beter era de que teria custos com o pagamento de 'comissão' em favor de Carlos Wilson", explicou o delator da Operação Lava-Jato. Mas ele não deu mais detalhes da operação no depoimento ao delegado Felipe Hayashi. Ele disse não se recordar do nome do acionista da Beter e nem se o pagamento da propina foi mesmo feito. "Isso se deu exclusivamente dentro da Beter, e não houve detalhamento sobre como se dava a suposta combinação de forma de contratação e do pagamento de comissões", justificou Mendonça.