Jornal Correio Braziliense

Politica

Conselho de Ética rejeita abrir processo para cassar mandato de Bethlem

O argumento dos deputados que votaram contra a abertura das investigações é que não havia provas materiais que justificassem as denúncias

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados rejeitou por 8 votos a 2 o parecer do deputado Paulo Freire (PR-SP) que propunha a abertura de processo de cassação do mandato do deputado Rodrigo Bethlem (PMDB-J). Como o parecer preliminar não foi acatado, o processo para a abertura de investigações foi arquivado pelo conselho. O argumento dos deputados que votaram contra a abertura das investigações é que não havia provas materiais que justificassem as denúncias.

O deputado Rodrigo Bethlem foi acusado de desviar recursos públicos durante gestão na Secretaria de Assistência Social da prefeitura do Rio de Janeiro. O pedido de abertura de processo foi feito pelo PSOL, que na representação entregue ao Conselho de Ética diz que houve divulgação pela imprensa de conversas telefônicas, em julho, que apontam possível recebimento de vantagens indevidas pelo parlamentar fluminense quando ocupava o comando da secretaria.

O deputado Rodrigo Bethlem disse que, em função das denúncias publicadas na imprensa, os danos causados a sua imagem e honra são irrecuperáveis. Ao falar do arquivamento do processo, Bethlem lembrou que nos últimos cinco anos foi secretário de várias pastas importantes no governo do Rio de Janeiro e que não gostaria de terminar o mandato parlamentar ;com uma espada dessa na minha cabeça;.



Antes de terminar a reunião, o presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PSD-SP), marcou para o dia 2 de dezembro a próxima reunião do colegiado, data em que deverão ser apresentados os relatórios preliminares sobre os processos envolvendo os deputados Afonso Florence, Rui Costa e Nelson Pellegrino, do PT da Bahia. Os relatores são Mauro Lopes (PMDB-MG), Ronaldo Benedet (PMDB-SC) e Wladimir Costa (SD-PA), respectivamente.

As representações contra os petistas foram apresentadas pelo PSDB e DEM e foram baseadas em denúncias da imprensa sobre envolvimento dos deputados no desvio de recursos destinados à construção de 1.120 casas populares.