A sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira (14/11), prendeu 14 pessoas entre altos executivos e funcionários de construtoras envolvidas em esquema de corrupção com entes públicos. Segundo o delegado da Polícia Federal Igor Romário de Paula, as apreensões, diligências, quebras de sigilo e depoimentos -colhidos durante toda a operação- produziram um "material robusto" que prova o envolvimento destas empresas em irregularidades. Apenas com a Petrobras, essas empresas têm contratos que somam R$ 59 bilhões, de acordo com a PF.
A Lava Jato foi desencadeada em março deste ano e revelou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro. Ao todo, devem ser cumpridos 85 mandados em cidades do Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Distrito Federal. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Paraná, responsável pelas investigações. Já haviam sido presos o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto da Costa e o doleiro Alberto Youssef, acusado de comandar o esquema. Costa cumpre a prisão em domicílio e o doleiro está preso na sede da PF, em Curitiba.
Até as 11h, já tinham sido cumpridos 49 mandados de busca e apreensão - em residências e escritórios de advocacia - quatro de prisão preventiva, 14 de prisões temporárias e seis de condução coercitivas.
Nesta fase, 27 pessoas devem ser presas, segundo a PF. Entre as prisões já realizadas, está a do . Indicado pelo PT para o cargo de alto escalão, ele foi preso em sua residência, no Rio de Janeiro, e conduzido para a superintendência local da PF. Há ainda as prisões de funcionários de, ao menos, nove empresas.
As prisões foram direcionadas aos executivos das empreiteiras, que participaram dos contratos. "As pessoas investigadas tinham o hábito de dormir em hotéis, em outros apartamentos. Eles tinham a intenção de ficar fora de casa, temendo que essa a operação fosse realizada", disse Igor de Paula.
A ação conta com 300 policiais federais, apoio de 50 servidores da Receita Federal. A Lava Jato também desvendou crimes de evasão de divisas e pagamento de propinas que operava inclusive dentro da Petrobras.