Jornal Correio Braziliense

Politica

Contadora volta a citar políticos em esquema investigado pela Lava-Jato

Meire Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, depôs à CPMI da Petrobras

Em depoimento a parlamentares da CPMI da Petrobras, nesta quarta-feira (8/10), a contadora Meire Poza voltou a mencionar o ex-secretário da Casa Civil do Governo do Maranhão João Guilherme Abreu como um dos negociadores dos esquemas com fundos de pensão com o doleiro Aberto Youssef. Meire conta que no encontro que os três tiveram no Maranhão fora acertado o pagamento de propina de R$ 6 milhões para fechar o acordo com o governo

[SAIBAMAIS]Meire disse que parte dos pagamentos da propina foram feitos em parcelas e que, no dia em que foi preso, Alberto Youssef estava no Maranhão, com a penúltima parcela de R$ 1,4 milhão. A última parcela, segundo Meire, não foi paga. A propina teria sido negociada com o governo para que a empresa UTC/Constran furasse a fila dos precatórios e recebesse R$ 120 milhões que o governo do Maranhão lhe devia antecipadamente.

A contadora afirmou ainda ter ouvido de Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, que uma pessoa do governo do Maranhão reclamou, ao receber a quantia de R$ 300 mil, alegando ser inferior ao acordo e que, por isso, teria que consultar a governadora Roseana Sarney para saber se ela aceitaria apenas essa quantia.

Fundos de pensão

Em relação aos escândalos envolvendo os fundos de pensão, Meire afirmou que, em 12 de março deste ano, Alberto Youssef veio a Brasília se encontrar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) ;para negociar com o PMDB porque a parte do PT já estava acertada;. O acordo de R$ 25 milhões teria sido firmado, mas não aconteceu porque o doleiro foi preso cinco dias depois. Esse valor seria aportado pelo Postalis, dos Correios. Os outros R$ 25 milhões seriam aportados pelo Funcef, da Caixa Econômica Federal.



Por nota, o senador Renan Calheiros ;reitera que não conhece a pessoa mencionada no noticiário como ;doleiro; Alberto Youssef e que só soube da existência do mesmo após as informações publicadas pelos jornais;, diz. O presidente do Senado também negou ter se encontrado com Youssef e afirmou que ;nunca agendou conversas e nunca ouviu falar de Alberto Youssef e de sua contadora;.