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Doleiro Alberto Youssef ajudou em lobby para ex-presidente do TJPE

Ligações telefônicas entre Youssef e o ex-presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco ocorreram no mesmo período em que o desembargador estava em campanha por vaga no STJ


Os telefonemas trocados entre o desembargador Jones Figueiredo, ex-presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), e o doleiro Alberto Youssef, um dos líderes da organização criminosa que movimentou R$ 10 bilhões por meio de lavagem de dinheiro e pagamentos de propina a políticos, ocorreram no período em que o magistrado estava em campanha nos bastidores para ser nomeado ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O nome do desembargador pernambucano fazia parte da lista tríplice que seria encaminhada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em julho de 2010. Com excelente trânsito em Brasília, a missão do doleiro era fazer o lobby político para que o magistrado, na reta final para a nomeação, fosse recebido por parlamentares influentes na capital federal.

[SAIBAMAIS]Inicialmente, o encarregado para tentar agendar um encontro com o líder do PP na Câmara em 2010, João Pizolatti, seria Carlos Alexandre de Souza Rocha, o Ceará, um dos 13 primeiros presos na Operação Lava-Jato. Ceará, também conhecido como Jabu, foi apresentado informalmente ao desembargador Jones Figueiredo no Recife. Ele, um dos principais operadores de Alberto Youssef, teria feito a ponte entre o doleiro e o desembargador. Em dezembro de 1998, Jabu foi indiciado pela Polícia Civil por ter forjado o seu próprio desaparecimento. Na época, o relatório do inquérito apontou que Carlos Alexandre fraudou o seu desaparecimento porque estava com muitas dívidas.

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Ontem, o Correio entrou em contato com o deputado João Pizzolatti (PP-SC), bastante ligado a Alberto Youssef. O parlamentar afirmou que, como líder do PP na época, recebia diversas demandas e se reunia semanalmente com várias pessoas. Declarou não ser possível lembrar se teve encontro, em Brasília, com o desembargador Jones Figueiredo. ;É muito difícil eu me recordar de um encontro que teria acontecido em 2010;, afirmou. Destacou que se encontrava com Youssef na casa do deputado José Janene, um dos pivôs do chamado mensalão, falecido em 2010.

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