A presidente Dilma Rousseff criticou nesta quarta-feira (24/9) a demora na ampliação do poder de voto dos países em desenvolvimento em instituições financeiras internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial e disse que elas correm o risco de perder eficácia e legitimidade.
;É imperioso pôr fim ao descompasso entre a crescente importância dos países em desenvolvimento na economia mundial e sua insuficiente participação nos processos decisórios das instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário e o Banco Mundial. É inaceitável a demora na ampliação do poder de voto dos países em desenvolvimento nessas instituições. O risco que essas instituições correm é perder sua legitimidade e eficiência;, disse a presidente em seu discurso na abertura da 69; Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na sede da entidade, em Nova York.
Dilma cobrou ;uma verdadeira; reforma no Conselho de Segurança da ONU e criticou a demora nesse processo. ;Os 70 anos das Nações Unidas, em 2015, devem ser a ocasião propícia para o avanço que a situação requer. Estou certa de que todos entendemos os riscos da paralisia e da inação do Conselho de Segurança nas Nações Unidas. Um conselho mais representativo e mais legítimo poderá ser também mais eficaz;, avaliou.
A presidente aproveitou o discurso na ONU para reforçar a crítica brasileira ao ;uso desproporcional; da força por parte do governo de Israel no conflito com a Palestina, na Faixa de Gaza.
;Não podemos permanecer indiferentes à crise entre Israel e Palestina, sobretudo depois dos dramáticos acontecimentos na Faixa de Gaza. Condenamos o uso desproporcional da força, vitimando fortemente a população civil, mulheres e crianças. Esse conflito deve ser solucionado e não precariamente administrado, como vem sendo;, disse Dilma, que defendeu a convivência entre os dois Estados dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas.