Nem os primeiros dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (Pnad), que mostraram aumento da desigualdade no país, nem as informações corrigidas pelo governo, apontando que a concentração de renda havia caído ; tema das campanhas presidenciais nos últimos dias. Estudo da Universidade de Brasília (UnB) traça cenário ainda mais preocupante. O abismo entre pobres e ricos não mudou pelo menos desde 2006 até 2012, aponta levantamento feito por três renomados pesquisadores no tema recém-publicado na revista científica Ciência e Saúde Coletiva. E mais: a desigualdade é maior do que se imaginava. O estudo chegou a um índice de disparidade 11% superior ao verificado por meio da Pnad, cujo método é perguntar a uma pessoa sobre a renda de todos os demais membros da família.
No mesmo período, os cálculos do governo, baseados apenas nas pesquisas domiciliares, resultam em um Gini de 0.619 em 2012 ; uma desigualdade 11% menor que a verificada no estudo da UnB. Tanto para esse coeficiente oficial quanto para o mensurado na pesquisa, foi levada em consideração a renda dos adultos maiores de 18 anos, já que crianças não declaram imposto de renda. Na divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de quinta-feira passada, a base dos dados é renda familiar, e não individual, por isso o Gini, com esse parâmetro, fica em 0.496 em 2012.
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