O ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli negou, na tarde desta segunda-feira (15), ter relações com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, investigação que apura esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. De uma sala de audiências na Justiça Federal da Bahia, em Salvador, Gabrielli prestou depoimento por teleconferência ao juiz da 13; Vara Federal de Curitiba, Sérgio Fernando Moro.
De acordo com o advogado Haroldo Nater, presente à audiência, o depoimento serviu apenas para desvincular Youssef do ex-presidente da Petrobrás. Gabrielli foi arrolado como testemunha pelo próprio doleiro.
O juiz e os investigadores questionaram o ex-presidente da estatal sobre a capacidade de o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa conduzir uma licitação na empresa. Gabrielli respondeu que o poder do ex-colega era limitado à casa dos milhões, pois diretores, gerentes e conselheiros têm limites de autonomia financeira. Acima desses limites, é preciso a aprovação de um grupo colegiado.
[SAIBAMAIS]
Paulo Roberto fez um acordo de delação premiada com os investigadores, no qual presta depoimentos em que confessa ter pago propinas a uma série de políticos com recursos da Petrobrás. Ele irá prestar depoimento à CPI da Petrobrás no Congresso, em Brasília, na próxima quarta-feira.
Além de um procurador da República, estavam presentes os cinco advogados de Youssef, o defensor do réu Waldomiro de Olivera e Nater, que defende Leonardo Meirelles, dono do laboratório Labogen. Para a PF, a empresa farmacêutica pertencia, na verdade, a Youssef e servia para lavar dinheiro.