Paulo Silva Pinto
postado em 11/09/2014 06:00
Se a economia brasileira avançar 0,5% até dezembro, número apontado nas previsões mais otimistas, a presidente Dilma Rousseff (PT) acabará o atual mandato com média de crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1,6%. Ficará abaixo dos dois antecessores, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que atingiu 4%, e Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com 2,3%. Em outro item, porém, ela bate ambos: nunca os bancos lucraram tanto quanto em seu governo. O tema está no centro do debate eleitoral, com troca mútua de acusações entre Dilma e a candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, sobre o suposta propensão de cada uma para favorecer a banca. Ontem, houve novas declarações de ambas (leia texto abaixo).[SAIBAMAIS]Nos três anos completos de Dilma, o sistema financeiro nacional lucrou R$ 115,75 bilhões. É quase o dobro dos R$ 63,63 bilhões somados em oito anos do governo Fernando Henrique, em valor atualizado pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) até dezembro de 2013. Sob Lula, a lucratividade total atingiu R$ 254,76 bilhões. Na média anual, a ocupante do Planalto fica com R$ 38,58 bilhões; Lula com R$ 31,84 bilhões; e FHC com R$ 7,95 bilhões.
Neste ano, os ganhos estão em alta. Estudo da consultoria Austin Asis com base nos balanços do primeiros semestre mostra elevação de 25,2% do lucro líquido dos bancos privados em comparação com o mesmo período do ano passado. O Itaú, primeiro do ranking em patrimônio, lidera também o avanço entres os cinco maiores, com alta de 32,1%.
;As instituições financeiras do Brasil não estão entre as maiores do mundo em ativos, mas sim em lucratividade;, contou o analista da Austin Asis Luiz Miguel Santacreu. Ele lembrou que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, se esforçou no início do atual governo para reduzir os juros cobrados pelos bancos, sobretudo por meio da pressão sobre as instituições públicas. Mesmo assim, a lucratividade não foi afetada. ;O incentivo ao consumo fez o crédito crescer;, notou.
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