O ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) disse nesta segunda-feira (11/08) que, se eleito, pretende criar um fundo nacional para o financiamento do passe livre. Os recursos beneficiariam somente estudantes de escolas públicas e seriam compostos por repasses da União (70%), complementados pelos estados (20%) e municípios (10%).
"Fizemos um cálculo com base na média das passagens nas cidades que hoje têm sistemas de transporte", explicou. Como já havia anunciado, a ideia é que o fundo arrecade R$12 bilhões para que a iniciativa entre em prática. Campos disse que a proposta é "um compromisso com a educação". "Muitas pessoas que passaram no regime de cotas estão deixando as universidades porque não têm condição de ir e vir", lamentou. O candidato concedeu entrevista ao portal G1 na manhã desta segunda-feira.
[SAIBAMAIS]Campos se mostrou preocupado com a política de reajuste no preço dos combustíveis. Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff "guardou na gaveta", para depois das eleições, reajustes nas tarifas de energia elétrica e de combustíveis. "Todo mundo sabe que ela mandou guardar o aumento da energia e está emprestando dinheiro nos bancos oficiais com a garantia do reajuste. E no combustível é a mesma coisa. É só esperar outubro para essa resposta ser dada pela própria Dilma", garantiu. "Precisamos dar ao combustível uma regra segura, uma regra clara, para não acontecer o que acontece hoje", complementou.
Quanto às denúncias em torno da Petrobras, Campos disse que pretende "resgatar" a estatal, que seria "a única petroleira que, quanto mais vende, mais tem prejuízo". Para ele, o caminho para que a Petrobras se recupere passa por "regras seguras e direção profissionalizada".
Questionado sobre a política econômica e o controle da inflação, Campos comparou a situação à derrota da Seleção Brasileira por 7 a 1, contra a Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo. "É 7 de inflação e, de outro lado, o crescimento está abaixo de 1. Nós vamos botar o Brasil para voltar a crescer", afirmou. Ele prometeu um Banco Central mais independente e esforços para baixar a inflação.
Ao responder sobre o motivo da aliança com a ex-senadora Marina Silva, o candidato ficou na defensiva. "Cada um tem um voto. Não leva como se fosse uma caixa na mudança". "Temos um projeto para o país, para melhorar o Brasil, porque o Brasil parou de melhorar, começou a piorar de maneira acelerada", explicou. Na mesma linha, criticou o governo Dilma Rousseff, no qual o Brasil teria "parado de mudar".