Jornal Correio Braziliense

Politica

Candidatos à Presidência apostam nos grandes centros para atingir eleitores

Com o início do horário eleitoral em 19 de agosto e a arrecadação ainda tímida, principais concorrentes adaptam as estratégias

Depois de um mês de campanha exclusivamente pé no chão, os candidatos ao Palácio do Planalto inauguram neste mês de agosto uma nova etapa da corrida eleitoral: a disputa televisiva. Além da apresentação das propostas nos principais telejornais, eles se preparam para os programas eleitorais que irão ao ar a partir de 19 de agosto. Dilma Rousseff (PT), Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) terão de encaixar nas agendas horários para as gravações em estúdio. E cada um deles montou sua estratégia nesta fase inicial de tevê, aliada às viagens escolhidas a dedo para agregar valor ao discurso de campanha.

Segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, oscilando na casa dos 20% das preferências, o tucano Aécio Neves vai se dedicar à apresentação ao eleitorado. Segundo apurou o Correio, a estratégia dos marqueteiros do PSDB, neste primeiro momento, será contar a história do candidato, sua origem em uma família de tradição política, o parentesco com Tancredo Neves (eleito presidente de forma indireta após o fim da ditadura militar) e a trajetória como deputado federal, presidente da Câmara dos Deputados, governador por dois mandatos e senador da República.



[SAIBAMAIS]Na propaganda eleitoral, a equipe do marqueteiro João Santana está preparando um bombardeio de informações sobre os principais programas sociais do governo: Mais Médicos, Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família. Será apresentada uma presidente que aprofundou as transformações e a inclusão no país, aliado a um slogan que ela deixou escapar durante a sabatina dos presidenciáveis na Confederação Nacional da Indústria (CNI). ;Eu tenho que mostrar o que eu fiz. E, se eu fiz, sou capaz de fazer mais, e melhor.;

Não será só um balanço dos quatro anos de governo. A propaganda petista servirá também para debater a necessidade de acelerar as melhorias nos serviços públicos ; educação, saúde e mobilidade urbana ; e um debate acirrado com a oposição em torno da plataforma econômica. ;Eduardo disse que reduziria a inflação a 3%. Dilma lembrou que isso gera desemprego e ele calou-se;, comemorou o vice-presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

O PSB reforçará ainda mais no horário eleitoral o discurso de que Eduardo Campos e Marina Silva representam a oportunidade de mudança após 20 anos de polarização entre PT e PSDB no governo federal. Interlocutores do candidato socialista apostam na exposição de imagens de ambos nas caminhadas feitas com o povo, para mostrar que o discurso do PSB está em sintonia com as demandas feitas pelas ruas em junho do ano passado. Com menos tempo de televisão e menos dinheiro em caixa, as viagens tendem a se concentrar nos grandes centros, para atingir com menos gastos o maior número de eleitores possível.