Um dia antes da inauguração do suntuoso Templo de Salomão, o Ministério Público de São Paulo informou que vai retomar as investigações sobre supostas irregularidades na emissão de alvará para a construção da obra localizada no bairro do Brás, em São Paulo. De acordo com a nota da assessoria de imprensa do MP-SP, não há, até o momento, documentos suficientes nos autos para provocar o pedido de medidas cautelares contra a edificação da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd). No entanto, a nota considera como um indicativo de fraude o fato de a construção ter sido levada adiante apenas com alvarás de reforma. ;Pode ser indicativo de fraude, descontrole da administração ou defeito grave de legislação;, destaca trecho do documento.
A investigação teve início em 2010, mas foi arquivada em agosto de 2011 com base em informações prestadas pela Prefeitura de São Paulo, que atestou situação regular da obra. Em junho deste ano, uma nova denúncia chegou ao MP. A Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital instaurou inquérito civil para apurar eventual irregularidade de todos os alvarás relativos ao Templo de Salomão, obra compreendida entre a Avenida Celso Garcia e as ruas Behring, João Bomer e Julio Cesar da Silva, na zona leste da capital. O inquérito também analisa as contrapartidas exigidas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) em relação ao tráfego na região e as formas de mitigação do impacto gerado pelo funcionamento do templo.
Procurados pelo Correio, nem a Prefeitura de São Paulo nem a Iurd responderam aos questionamentos relativos a irregularidades.